Maior salário de governador do Brasil oferece 2% de reajuste para professores

Como tudo deve ser analisado pelo contexto, a proposta de Fábio deve sim ser classificada como indecente


30/04/2023 20:28

O Governo Fábio Mitidieri parece disposto a gastar toda a pilha de rejeição e medidas impopulares no primeiro ano de mandato. A estratégia pode esbarrar em uma crise sem precedentes com uma das maiores categorias do Estado de Sergipe: O magistério. Essa mesma categoria elevou a rejeição do saudoso e até então queridinho, Marcelo Déda (PT), a um patamar histórico em meados de 2011 e já provou por diversas vezes que, de mobilização e debate junto à opinião pública, eles entendem.

O desgaste ocorre porque Fábio anunciou na mesa de negociação com o sindicato da categoria, o Sintese, que enviará um Projeto de Lei que contempla o reajuste de apenas 2,5% nos vencimentos dos professores. O valor é tratado como uma “esmola” pela categoria e foi prontamente respondido com uma assembleia que deliberou greve por uma semana na Rede Estadual de Ensino.

Como tudo deve ser analisado pelo contexto, a proposta de Fábio deve sim ser classificada como indecente. Primeiro porque ele “pegou o estado” com as contas equilibradas e um balanço superavitário publicizado a peso de ouro e a plenos pulmões pelo ex-governador e seu aliado de primeira hora, Belivaldo Chagas (PSD). Ou será que Fábio negará isso?

Segundo porque o Governo Belivaldo deixou de presente a aprovação do Projeto de Lei que garante o reajuste do Imposto de Comercialização de Mercadorias e Serviços (ICMS), fator que incrementou um bom ganho de receita para Sergipe. Terceiro que Fábio é dono do maior salário entre governadores do país: R$ 41.650, 92 (Quarenta e um mil, seiscentos e cinquenta reais e noventa e dois centavos). Não que seja ilegal, mas é, no mínimo, imoral oferecer um reajuste tão pequeno para essa turma que enfrenta péssimas condições nas escolas estaduais em meio à uma carreira cada vez mais defasada.

Para completar o combo, Fábio largou a bomba e #partiu para mais uma das suas incursões internacionais de uma série de viagens que tem feito desde o início do mandato sob a alegação de busca de investimentos para o estado. Pelo que se viu nos primeiros dias pós-negociação com o Sintese, quem deve assumir o protagonismo desse debate é a Secretaria de Estado da Educação, mas Zezinho também arrumou as malas e saiu do país com o governador. A bomba ficou para o porta-voz Alberto Jorge, que de bate-pronto foi ao rádio debater com a equivocada informação de que um professor recebe em média R$ 7.500,00 em Sergipe.

PROFESSORES SENTEM FALTA

Falta aos professores um legítimo representante dos seus direitos e da categoria na Alese. Os professores sentem falta de uma voz forte como era a da ex-deputada estadual Ana Lúcia (PT) naquela Casa Legislativa. Depois dela, alguns parlamentares até fizeram e fazem defesas técnicas e importantes, mas com pouca firmeza com a qual os trabalhadores se acostumaram e os governantes temiam ao longo dos mandatos da parlamentar.

Alguém duvida que, com Ana Lúcia em mandato, o porta-voz não passaria batido com a vergonhosa informação de que os professores sergipanos recebem em média R$ 7.500,00 de salário?

PAISAGISMO EM ARACAJU

O mandato do vereador e arquiteto urbanista, Breno Garibalde (União Brasil), tem provocado excelentes reflexões, seja nas redes sociais, seja na Câmara de Vereadores, sobre a identidade urbana de Aracaju. Além de conseguir a aprovação do projeto que proíbe técnicas de arquitetura hostil na cidade, ele vem debatendo temas como a poluição visual e a destruição do patrimônio histórico na Capital de Sergipe.

O autor desta coluna deixa como dica e pedido para que o vereador também discuta com afinco a questão da exposição da fiação elétrica na cidade. Aracaju pode e tem condições de se tornar uma cidade piloto nesse aspecto, aderindo paulatinamente à fiação subterrânea e eliminando a terrível fiação exposta que destrói a estética, principalmente, do centro da cidade.

CAPELA DISCORDA

Em Capela não há assunto em maior evidência que o lançamento da programação do São Pedro, mas outro tema tem entrado em pauta nos senadinhos do município: A escolha do pré-candidato que representará o grupo da prefeita Silvany Mamlak (PSC) na disputa em 2024. Ao que tudo indica, haverá uma polarização entre o atual vice-prefeito Toninho Arimatea (PSC) e o secretário de Obras, Rodrigo Sobral (PSD).

O segundo é alvo de muita resistência de parte da população e do próprio agrupamento pelo seu jeito “carrancudo” e por não ser filho da terra, o que seria perfeitamente tranquilo se não houvesse o fato de que ele ainda é atual vice-prefeito de General Maynard.

CAPELA DISCORDA II

Para piorar a soma dos fatores, Rodrigo se apresenta em entrevistas como disposto a ser candidato em qualquer uma das cidades, dependendo somente da escolha de Silvany e do seu esposo, o deputado Cristiano Cavalcante (União Brasil). Isso passa à população a sensação de exclusão do próprio povo no processo de escolha, como se Cristiano e Silvany ditassem os rumos de cada um desses municípios.

Além desse desgaste, Silvany pode correr o risco de ver o seu atual vice-prefeito “bandear-se” para a oposição. Quem sabe em uma junção com Manoel Sukita? Na política tudo pode acontecer, principalmente quando se ignora o clamor da população em detrimento de escolhas demasiadamente individualizadas.

DANIELE ENFRAQUECIDA

Enfraquecida após aceitar uma secretaria sem orçamento e cair debaixo do braço das lideranças de André Moura (União Brasil) e Fábio Mitidieri (PSD), Daniele Garcia (Podemos) tentou um movimento de valorização em entrevista ao apresentador Luiz Carlos Focca que pegou muito mal para o agrupamento governista.

Segundo ela, o governador Fábio Mitidieri a deixou livre para ser candidata a prefeita em 2024, sem acordo para apoiar um candidato, por exemplo, indicado pelo prefeito Edvaldo Nogueira (PDT). A declaração soa estranha aos ouvidos dos eleitores e do agrupamento porque, recentemente, o próprio Mitidieri disse que a escolha do sucessor de Edvaldo em 2024 partirá do próprio Edvaldo e que esta escolha contará com o apoio do bloco.

DANIELE ENFRAQUECIDA II 

Nas entrelinhas, Daniele esquenta a teoria de que Fábio e André Moura já não possuem o mesmo alinhamento. Na mesma semana, foi informado que Daniele perderia o posto de presidente do Podemos para o aliado de primeira hora de André Moura, o secretário de Estado da Agricultura, Zeca da Silva. Nessa jogada, Daniele passaria a ser comandada por André, fato que a própria confirmou em entrevista.

Se ela é comandada por Moura e demonstra independência à escolha de Fábio à Prefeitura de Aracaju, como não entender que há uma “sementinha do mal” sendo plantada nesse grupão?

HELENO DE OLHO 

O ex-deputado estadual e federal e ex-prefeito de Canindé de São Francisco observa a política sergipana como um gavião procura sua presa do alto de um cume. Essa semana, ele viu o deputado federal Gustinho Ribeiro assumir a presidência estadual do Republicanos, mas nem por isso se desesperou. Segundo ele, está “tudo ajustado com a Nacional”.

À Coluna do Daniel Rezende, ele ainda disse que não está decidido quanto a 2024, mesmo com os rumores de uma nova candidatura a prefeito em Canindé, e deixou no ar uma informação enigmática que pode ser parte do movimento que estuda fazer nos próximos meses. “Próximo ano decido [...] Há um movimento novo na política em Sergipe”, finalizou.

NOVO POSTULANTE

Em Propriá, comenta-se que o filho do ex-prefeito Iokanaan Santana, o odontólogo Iokanaan Filho, se lançará pré-candidato a prefeito do município. Seu nome tem sido citado frequentemente como um bom quadro de oposição e possui a imagem mais leve que outros concorrentes, a exemplo do bolsonarista Luciano de Menininha, que hoje tenta aglutinar a oposição em torno do seu nome. 

Sempre que o nome de Iokanaan Filho é citado, populares lembra da sua gestão à frente da Secretaria Municipal de Saúde de Propriá, entre 2017 e 2020. O período foi considerado positivo pelos propriaenses e pode ser um grande trunfo de marketing na pré-campanha do filho do ex-gestor. 


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