Exoneração de aliado deixa Kaká Andrade à deriva em Canindé

por Daniel Rezende

A exoneração de Miltinho, secretário municipal de Finanças de Canindé de São Francisco, registrada nos últimos dias sob a assinatura do prefeito Weldo Mariano (PT), deixou o pré-candidato a prefeito Kaká Andrade (PSD) e seus aliados atônitos com os rumos da sua pré-campanha. A impressão que se tem a partir do comportamento das figuras que apoiam o herdeiro do espólio da família Andrade em Canindé é a de que a exoneração caiu como uma ducha de água fria nas suas pretensões políticas.

A inusitada aliança entre Kaká e Weldo havia dado fôlego ao projeto dos Andrades no município. Desde a sua concretização, Kaká havia indicado as nomeações de uma série de lideranças na Prefeitura Municipal de Canindé, com vistas a fortalecer o seu projeto de eleição. Tudo isso estava sendo feito com a óbvia anuência de Weldo Mariano, que garantia não ter pretensão de disputar uma reeleição.

Com a nova jogada protagonizada pelo prefeito, o futuro do jogo eleitoral canindeense se torna extremamente incerto. Não se sabe se Weldo possui a intenção de disputar uma reeleição ou de até mesmo lançar um nome do Partido dos Trabalhadores para encabeçar uma chapa, a exemplo do empresário Moacir Mota, como também não está comprovado o rompimento do prefeito com Kaká, podendo esta exoneração ter sido apenas uma jogada calculada entre ambos.

A última hipótese é a menos provável. Miltinho era o nome de confiança dos Andrades na gestão e é quem vinha orquestrando todo o movimento de fortalecimento da pré-candidatura de Kaká, agindo mais como prefeito do que o próprio Weldo Mariano.

O fato é que, se esse rompimento vier a se confirmar, o projeto de Kaká Andrade corre sério risco de ir para o ralo. Além de se enfraquecer com a perda do apoio da máquina, é visível o crescimento orgânico do pré-candidato Machadinho (União Brasil), que hoje figura com um favoritismo desconfortável para os adversários.

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