Ministério do Bom Senso Adverte: Igualar Bolsonarismo e Lulismo Faz Mal à Democracia Brasileira
É fato: a polarização política no Brasil prejudica profundamente nosso projeto de desenvolvimento. Mas é igualmente inegável que o bolsonarismo representa o fenômeno mais destrutivo que o país enfrentou desde o fim da ditadura militar.
Essa introdução já resume, sem rodeios, o “leriado” da política nacional. Ainda assim, é preciso explicar ao brasileiro médio por que essa comparação entre lulismo e bolsonarismo é tão equivocada — e perigosa.
Lula e o PT enfrentaram inúmeras crises e escândalos, com destaque para o mensalão, o petrolão e os processos envolvendo o sítio de Atibaia e o tríplex. Mesmo assim, nunca partiram desses governos declarações ou atitudes de afronta à democracia. Lula foi investigado, criticado, condenado e até preso — mas jamais convocou o povo a rejeitar os resultados das urnas ou desacatar as instituições.
Dilma Rousseff, por sua vez, foi alvo de um impeachment articulado por aliados e por seu próprio vice. Mesmo considerando o processo um golpe, reconheceu a legalidade institucional da ação e recolheu suas forças. Aceitou a derrota, mirando uma eventual retomada política do partido em 2018.
Em 2018, Lula foi preso e impedido de disputar as eleições. Passou o bastão a Fernando Haddad, que foi derrotado. Lula se disse perseguido — com razão, como depois se confirmou —, mas nunca incentivou revoltas ou agiu para minar a democracia.
Já o bolsonarismo nasce do ressentimento e do ódio contra o PT, alimentado por escândalos – não podemos negar. Foi nesse cenário que emergiu Jair Bolsonaro: um deputado reconhecidamente corrupto, irrelevante, defensor da ditadura, com histórico de falas violentas e soluções rasas.
Por uma ironia trágica, chegou à Presidência. Durante seu mandato, ameaçou as instituições, zombou da pandemia, questionou as urnas e, ao fim, tentou um golpe de Estado. Seu governo foi marcado por escândalos, incompetência e um discurso de ódio.
De um lado, temos líderes com biografias manchadas por corrupção, mas que respeitaram as regras do jogo democrático. Do outro, um político que também é acusado de corrupção, mas que ainda por cima atenta contra a própria democracia.
Compará-los é tão perigoso quanto irresponsável. É colocar no mesmo patamar o erro político e o ataque frontal ao Estado de Direito. A história cobrará caro de quem fecha os olhos para essa diferença!
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