A repercussão do vídeo Déda x João Alves e a carência de líderes políticos em Sergipe


25/08/2025 10:31

 

Surpreendeu positivamente a viralização do vídeo em que mostra a emblemática cena de João Alves e Marcelo Déda trocando figurinhas sobre Sergipe e Aracaju, publicado neste fim de semana no perfil do Instagram do Política de Fato

Mas, para além da surpresa pela repercussão, é preciso avaliar friamente – ou emocionalmente mesmo – os porquês de um material de 12 anos atrás ganhar tamanha visibilidade e atiçar a curiosidade dos internautas em tempos em que o ativo mais valioso do ser humano se tornou a bendita atenção. 

Para Política de Fato, não há como tergiversar: O sergipano está carente de lideranças políticas consolidadas! 

A morte precoce de Marcelo Déda, somada ao agravamento da doença que levou João Alves a se aposentar da política e posteriormente à morte, bem como à decadência política dos Valadares e de Jackson Barreto, fizeram com que uma transição de gerações, que ocorreria natural e gradualmente, se tornasse uma necessidade urgente, quase que “da noite para o dia”. 

E isso tem levado os sergipanos a fazerem grandes apostas. Algumas muito boas e outras nem tanto... Valmir de Francisquinho talvez seja o maior exemplo desse “quadro de apostas", mas não ficam para trás nomes como os do senador Alessandro Vieira, da prefeita Emília Corrêa, do deputado federal Rodrigo Valadares, e até algumas figuras bizarras, como é o caso do deputado estadual Luizão “Donatramp”. 

Também se aproveitou integralmente desse novo momento o ex-governador Belivaldo Chagas e o atual Fábio Mitidieri. O primeiro tinha todas as possibilidades de se tornar uma liderança inconteste, mas o governo em período de pandemia, somado ao péssimo momento econômico do estado e ao seu jeito rude e “intragável” de lidar com determinados assuntos, o fizeram sair do Governo do Estado sem deixar saudades. 

O segundo se beneficiou de uma eleição conflituosa, onde o claro favorito ao pleito (Valmir de Francisquinho) segurou sua candidatura até os últimos dias sob a perspectiva de ser inocentado e receber de volta a sua elegibilidade. Com Valmir fora do pleito, Fábio derrotou um rejeitadíssimo Rogério Carvalho no segundo turno e chegou ao Governo muito jovem, um tanto desconhecido, mas com a perspectiva de se tornar uma dessas lideranças que o estado clama há pelo menos uma década. Por enquanto, faz um bom governo, mas não é figura unânime e inconteste liderança ao nível do que os saudosistas de Déda, Albano, Valadares, João e afins esperam. 

Não é possível ignorar ainda aquele que talvez tenha sido o maior herdeiro de Déda na Grande Aracaju: Edvaldo Nogueira. Vice de Déda em 2004, Nogueira assumiu a prefeitura quando do afastamento de Marcelo para disputar o Governo do Estado. Na prefeitura, criou uma dinastia de quatro mandatos, mas nunca se consolidou como uma liderança confiável e inconteste.

Enquanto os sergipanos vão arriscando, o saudosismo vai aumentando e vídeos como os de João Alves e Déda juntos no Palácio dos Despachos, vão se tornando raridade e alvo de muita curiosidade de quem navega na internet.


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