O silêncio de Gustinho diante da PEC da Blindagem

A votação e aprovação da PEC da Blindagem, na Câmara Federal, foi mais um daqueles momentos divisores de água para os políticos brasileiros. A população teve o desprazer de assistir a proposta ser colocada em plenário, aprovada e ter força para chegar ao Senado, mesmo com a maioria dos brasileiros avaliando-a como uma atrocidade que não deveria nem ter sido colocada em pauta.

Aqui em Sergipe, três parlamentares votaram a favor da PEC: Rodrigo Valadares, Thiago de Joaldo e Gustinho Ribeiro. Sobre o primeiro, pelas posições que ele defende e pelo falso radicalismo bolsonarista e pelo histórico de falta de respeito com os próprios aliados no estado, já era de se esperar tal reação.

Thiago talvez seja o maior dos prejudicados em relação ao voto. Ele, que sonha em ser o nome da oposição para disputar o governo, deu uma pisada na bola cinematográfica ao apertar o SIM para a aprovação da PEC. Logo após ser chamado atenção pela lambança que fez, usou as redes sociais para se retratar e adotou um discurso humilde, pedindo desculpas e afirmando que iria trabalhar junto aos colegas senadores para que a pauta não prospere na Casa. Entre mortos e feridos, ponto para ele por, minimamente, ter admitido erro na bobagem que fez.

O último, e não menos relevante, é o que mais deixa os sergipanos intrigados. O deputado federal Gustinho Ribeiro, após declarar seu voto, ficou na maciota, como diz a gíria. Silenciou, saiu de cena e viu a bomba estourar. Agiu como se não tivesse sua digital nessa famigerada blindagem. No entanto, seu silêncio fala muito e os sergipanos têm o direito de saber o que motivou Gustinho a ter tal posicionamento.

Ele é o mesmo que foi alvo de uma Ação Civil Pública, movida pelo Ministério Publico de Sergipe, em virtude de participar de um esquema de desvio de verbas de subvenções sociais oriundas da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe, nos anos de 2012 e 2013, que seriam destinadas para três instituições sociais.

Por essas e outras, somado ao silêncio ensurdecedor, Gustinho não deixa outra margem à vista que não seja a de que a PEC da Blindagem lhe parece cair muito bem.

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