Mulher trans denuncia ter sido vítima de discriminação na Câmara de Aracaju


12/11/2025 10:54

A denúncia feita pela assessora técnica da Secretaria de Estado de Políticas Públicas para Mulheres, a servidora Silvânia Santos, por ter sofrido transfobia na Câmara municipal de Aracaju, ao ser orientada, de forma rude, por um guarda municipal a usar o banheiro masculino, e não o feminino, gerou grande repercussão, ainda mais pela ação ter acontecido numa Casa Legislativa.

Em uma entrevista concedida ao radialista Luiz Carlos Focca, nesta quarta-feira, Silvânia relatou que sofreu a violência justamente no dia que foi convidada para falar, durante uma audiência pública, sobre violência de gênero e de raça. “Foi uma cena de machismo, de preconceito e descriminação. Fiquei impactada porque nunca tinha acontecido isso comigo”, lamentou.

Ela ressaltou o respeito mútuo entre ela e a corporação Guarda Municipal, mas afirmou que o agente de segurança externou, naquele momento, suas convicções em um ambiente de trabalho em que ele tem que agir como instituição. “Não me agrediu fisicamente, mas agiu com ironia. Pensei que todos que estavam ao redor ficaram do lado dele, mas foi ao contrário”, disse.

O comandante-geral da GMA, subinspetor Ricardo Silva, participou da entrevista e afirmou que Silvânia pode ter se equivocado e achar que houve uma transfobia, sem ter ocorrido. Ele justificou que na Câmara não existe banheiro masculino ou feminino, mas banheiro unissex.

Por sua vez, Silvânia disse que não acredita na má conduta dos servidores da Câmara em ter tirado as plaquinhas que identificam os banheiros e mesmo ratificando seu respeito pela Guarda, afirmou que minimizar o que ela passou é falta de respeito, humanidade e empatia.


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