O ostracismo de Bosco Costa, o "senhor lealdade"

Editorial, Portal SergipeNet.


07/04/2017 14:13

João Bosco da Costa já foi prefeito de Moita Bonita, município em que mantém o controle político há mais de 50 anos, deputado estadual, ocupou a presidência da Assembleia Legislativa, chegou a Câmara Federal e chefiou órgãos públicos estaduais por diversas vezes. Atualmente é filiado ao Partido Republicano da Ordem Social (PROS) e é o primeiro suplente da coligação encabeçada no estado pelo grupo do Governador Jackson Barreto. Sua história política é marcada por ter posições firmes e não tergiversar quando é convocado para fazer militância política.

Bosco ganhou notoriedade lá em 2002, quando elegeu-se deputado Federal pelo PSDB, mas no segundo turno da disputa estadual preferiu apoiar o candidato Zé Eduardo Dutra (PT), já falecido, e preteriu o concorrente que viria a se eleger governador da época, João Alves Filho.

Em 2006, rompeu com seu partido, o PSDB, e deixou de candidatar-se para apoiar a candidatura de Marcelo Déda (PT). De lá para cá a carreira política do agresteiro que também já trabalhou nas boleias de caminhão nas rodovias Brasil a fora, tem sofrido alguns percalços. Mesmo mantendo a hegemonia política de Moita, onde sua filha Glória Grazielle já ocupou a chefia do executivo por dois mandatos e seu irmão Marcos Costa se reelegeu em 2016, Bosco não conseguiu voltar à Brasília. Por conta do pleito em Aracaju, em meados de 2016 chegou a assumir mandato por alguns meses no lugar de Valadares Filho. Com a derrota do filho do senador Valadares, viu seu sonho de voltar à capital federal se distanciar.

No ostracismo, Bosco chegou a ser detido por porte ilegal de arma, não concede entrevistas, não é visto em solenidades públicas, a última foi durante inauguração de uma Orlinha em seu município, e não ocupa lugar de destaque no Governo que ajudou a eleger. Por ter apoiado Valadares Filho em Aracaju em uma das disputas mais acirradas de Aracaju em 2016 deve ter provocado descontentamento de setores do Governo. Resta ao político a quem o saudoso Marcelo Déda atribuiu o título de "senhor lealdade" aguardar o que o futuro lhe reserva.


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