Em Aparecida, escolha de Vera pode causar insurgência dentro de seu grupo

Editorial.


01/05/2020 10:23

Ninguém passa pelo escrutínio das urnas e se elege três vezes prefeita municipal por acaso. No mínimo, é preciso demonstrar liderança, poder decisório interno e capacidade de analisar o momento político tal qual ele se apresenta. Gostem ou não, a prefeita de Nossa Senhora Aparecida, Verônica Santos Souza da Silva, conhecida por Vera (MDB), é uma das figuras mais importantes da cena partidária local e regional. Por conta de seu espólio político é reconhecida dentro de seu partido, goza do prestígio de lideranças de expressão no cenário estadual e já mostrou capacidade de ressurgir em momento de adversidade e quando muitos davam sua carreira por encerrada.

Reeleita em 2016, com dificuldades é bem verdade, Vera continuou com seu estilo de liderar e para as eleições deste ano sempre afirmava que o nome de seu agrupamento sairia de consultas populares (pesquisas), mas, sobretudo, passaria pelo seu crivo.Verdade seja dita, nela votando ou não, em Aparecida é uníssono que a última palavra é sempre dela em assuntos políticos e nada é feito sem seu aval.

Esta semana um fato causou frisson no mundo político aparecidense e, ao que tudo indica, a liderança de Vera foi posta em xeque. Explica-se: o presidente da Câmara de Vereadores, Marquinhos Pereira (MDB), anunciou que nesta sexta-feira, 01 de maio, fará uma “live”, em suas redes sociais, anunciando “o lançamento oficial (on-line) da pré-candidatura a prefeito de Nossa Senhora Aparecida”.

Imediatamente alguns vereadores e lideranças começaram reverberar a posição de Marquinhos e, de forma latente ou manifesta, questionavam a posição de Vera ante a suposta escolha do parlamentar como seu (pré)candidato. Áudios, conversas, ligações e reuniões paralelas, e sem a presença da prefeita, demarcavam a posição antagônica de amplos setores do grupo situacionista à possível escolha de Marquinhos.

O ápice da insurgência foram as ameaças de desistências de pré-candidaturas a vereadores caso o escolhido seja mesmo o empresário itabaianense radicado em Aparecida. Até agora ninguém questionou Vera publicamente, mas no caso de ela optar por Marquinhos será que os descontentes farão concretizar as ameaças que agora apregoam?

Das duas uma: ou Marquinhos Pereira lançou iniciou sua caminhada rumo ao Executivo sem o aval da prefeita; ou os descontentes engolirão seu orgulho e irão apoiar e votar no filho de Zé Pereira. O certo é que todos do grupo de Vera sabem que qualquer candidatura sem o apoio da gestora é natimorta.

Por fim o dilema dos descontentes: se ajoelhar perante a candidatura de Marquinhos por consideração à prefeita ou levarão adiante a revolta?


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