Radialista Willame Lima quer renovar o parlamento gloriense com a força e a voz do homem sertanejo

Se o sertanejo é antes de tudo um forte, como preconizou o jornalista Euclides da Cunha em sua célebre obra “Os Sertões”, o jovem radialista Willame Lima é a personificação desta sábia constatação. Soube desde cedo a dor da separação, dos dissabores resultado das desigualdades sociais e soube, como bom sertanejo, ser resiliente e corajoso. Willame traz consigo as marcas de uma trajetória de superação e sobretudo: do amor como alicerce para saber perdoar e viver a vida como ela se apresenta. O gloriense de 35 anos é, sem dúvidas, um grande vencedor.

Filho de Ivanice Vieira Costa Lima e José Francisco de Lima, Willame foi separado do leito materno e passou aos cuidados da tia Maria Alves dos Santos, conhecida como Lita. Este acontecimento ocorreu devido as dificuldades financeiras e preconceito velado de uma sociedade que não via com bons olhos a figura de mãe solteira, com mais outros seis filhos e um esposo que, à época, abandonara o lar. 

Mas Willame foi compreensivo, e, jamais condenou Dona Vanice por isso, afinal sabe que seus irmãos quase morreram de fome, pois àquela brava mulher trabalhava varrendo rua para sobreviver e poder levar um prato de comida para os demais filhos. Assim, forjou sua personalidade cujo traços são a força e o amor que ganhou em um lar construído por seus seis novos irmãos, filhos da sua segunda mãe, dona Lita e seu pai adotivo Domingos Medrade dos Santos, o Dominguinhos de Seu Edivaldo Medrade. 

Criado nas comunidades mais humildes dos arredores de Nossa Senhora da Glória, até os três anos na Divinéia e depois  no bairro Cohab, viveu anos difíceis com sua família. Um fato emblemático ocorreu em 1989 quando as dificuldades aumentaram e sua família teve que “vender o dia” para ganhar o pão de cada dia no roçado. Perambulavam de município em município, cidade em cidade, buscando serviço na zona rural que lhes garantisse uma renda mínima. 

Sou sertanejo e sei a força e a persistência para vencer obstáculos. Willame Lima, radialista.

E foi do trabalho na roça na várzea do Enxú, em São Miguel do Aleixo, e no Povoado Belo Monte, em Monte Alegre, que seus pais tiravam o sustento familiar nas roças e nas casas de farinha. 

Ainda criança, passou a estudar no Jardim de Infância Padre Leon Gregório (o Jardim do Padre). De lá, começou a buscar seu próprio caminho, enquanto estudava também buscava seu sustento com caixa de engraxar sapatos que ele mesmo havia confeccionado. Mas, essa não foi sua única forma de ganhar uns trocados honestamente, vendeu, ainda, picolé.

Seu encontro com os caminhos da política se deu em 1996. O intrépido adolescente se dirigia com um amigo ao Centro da cidade quando se encantou com fotografias de candidatos fixadas nas paredes das residências. Uma em específica lhe chamou a atenção e destino tratou de entrelaçar as vidas do garoto com o então candidato.  

A pessoa que se candidatava a vereador e que chamou a atenção de Willame era o empresário Roberto Chagas, proprietário da Livraria Nordeste. A empolgação foi tanta que se envolveu na campanha e pela militância sincera e leal depois foi convidado a trabalhar na livraria.  

Mais uma vez os desígnios de Deus aproximava Willame de seu futuro profissional já que vizinho à Livraria Nordeste passou a funcionar um estúdio estendido da rádio Educadora de Frei Paulo,  comandada à época pelo radialista Abel Alves. Como na livraria tinha uma máquina de datilografia, e mesmo sem ter curso para realizar tal atividade e pouco estudo, fazia cartinhas na máquina de datilografia e levava no estúdio. Naquele momento nem mesmo ele imaginava que um dia poderia trabalhar no meio de comunicação, muito menos se envolver de forma direta na política. 

Parece que o destino estava unindo as duas coisas: conheceu Roberto Chagas na política e logo vizinho do seu primeiro emprego, passou a funcionar uma emissora de rádio. Teve outras experiencias de trabalho, como em um escritório de elaboração de Projetos Rurais no calçadão, dos Sócios Edijanio e Willian.

Aos finais de semana acompanhava Ginaldo Joaquim, a quem considera seu “padrinho” de rádio, e Gibi na emissora. Depois que passou a apresentar shows da banda “Os carinhas do Samba” decidiu procurar o dono da rádio, Jorge Santana, para compor o quadro de apresentadores. O receio de Jorge que ele era menor de idade.

Mas a astúcia sertaneja faz de Willame um homem de muitas artes. Trabalhou na Ótica Glória, na Dantas Informática, e nos carros de som com Zezinho da Oficina, Efigênio e Luizinho. Toda essa experiência  lhe propiciou trabalhar na rádio Boca da Mata e e na apresentação de shows e eventos.

Depois foi para à cidade de Itabaiana onde trabalhou na FM Princesa,  Capital do Agreste, até ser contratado por Nelson Nascimento da rádio Xodó FM, a qual foi um dos fundadores e permanece quase uma década depois. 

É a partir desta trajetória vitoriosa e cheia de superação que Willame Lima se lança como pré-candidato a vereador por sua terra natal com a legitimidade de quem sente na pele as agruras das desigualdades. Quer ser a voz do sertanejo e dos menos favorecidos, dos desvalidos, do Gloriense de Paz e de Bem que sonha com dias melhores.

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