Vitória da oposição deixa Miguel de Dr. Marco em maus lençóis
O prefeito de Porto da Folha pode até não admitir, mas o resultado foi catastrófico para o seu futuro político
por Daniel Rezende
Dono de um primeiro mandato como prefeito de Porto da Folha, Miguel de Dr. Marco (PSD), é considerado um político jovem com grande potencial, mas vive um momento delicado e de desgaste evidente no município conhecido como “Rainha das Vaquejadas” depois que seus opositores deram uma vitória de virada no segundo turno ao candidato ao governo Rogério Carvalho (PT).
Miguel foi eleito pela primeira vez em 2016, numa eleição em que o prefeito Albino desistiu de disputar a reeleição e as lideranças de oposição produziram seis candidatos a prefeito, sendo três muito competitivos (Miguel, Demar e Rita de Manoel de Rosinha). Fez um primeiro mandato razoável e foi reeleito com tranquilidade.
A conjuntura extremamente favorável gerou altas expectativas eleitorais no prefeito, que não só frustrou-as, mas também o colocou numa posição desconfortável e de pequenez. A comemoração ao final do 1º turno explícita na sua conta do Instagram contrasta com o silêncio inquietante de Miguel de Dr. Marco ao final do 2º.
Quem não lembra do escândalo denunciado por Gilmar Carvalho de uma suposta quantia de R$ 10 milhões oferecida ao prefeito para votar em um deputado federal? Se aconteceu, ainda não foi provado. Mas, de fato, mostrou que nos bastidores políticos Miguel tinha o “passe supervalorizado”.
O silêncio após o fim das eleições não foi em vão... o prefeito tomou uma virada política como poucos outros políticos com mandato tomaram nestas eleições. De vitorioso no 1º turno com 7.016 votos para Fábio, Miguel saiu para derrotado no 2º após Rogério alcançar os 8.856 tentos nas urnas portofolhenses.
Perder é natural do processo político, mas quando a correlação de forças é desigual liga-se o alerta vermelho. É que o grupo de oposição responsável pelos mais de oito mil votos a Rogério é minúsculo. Para se ter uma ideia da disparidade: A base do prefeito na Câmara de Vereadores é formada por nove vereadores; A oposição, apenas dois: Saininho de Manoel de Rosinha (PT) e Cuíte do Pajeú (Podemos).
Miguel pode até não admitir, mas o resultado foi catastrófico para os seus planos de eleger um sucessor em 2024. Ao mesmo tempo, as lideranças de oposição se mostram animadas e, caso estejam unidas, possuem total viabilidade eleitoral para desbancar o prefeito e seu escolhido.
Quer receber gratuitamente as principais notícias do Política de Fato no seu WhatsApp? Clique aqui.
