Maria do Carmo se despende com voto que fere histórico de defesa social

Foram oito anos de pouca produtividade, pouca efetividade e pouca expressão da sergipana no Congresso.


08/12/2022 22:24

por Daniel Rezende

A senadora por Sergipe, Maria do Carmo (Progressistas), fez parte do grupo de 16 senadores que tentou barrar a PEC do Bolsa Família, também conhecida como PEC da Transição, votada e aprovada na última quarta-feira, 7, no Senado Federal, com 64 votos favoráveis. A PEC garantirá que o novo governo consiga pagar o Bolsa Família no valor de de R$ 600, além de constituir outros benefícios sociais.

Ainda que haja divergências sobre a forma da PEC a posição contrária a medida significa penalizar os mais pobres que necessitam desse valor para a sua sobrevivência em um momento de grandes dificuldades financeiras enfrentadas pelas famílias brasileiras.

Sem justificativa e com um posicionamento carente de transparência, como sempre agiu no decorrer do mandato, a senadora foi a única de Sergipe que se posicionou contrária à proposta. Rogério Carvalho (PT) e Alessandro Vieira (PSDB) votaram favoráveis e se posicionaram nas suas redes sociais, expondo seus pontos de vista sobre a ação.

A gravidade do voto contrário de Maria do Carmo à PEC 32/2022 (PEC da Transição) talvez não tenha reverberado com mais força na imprensa local porque o último mandato da sergipana é tratado e nivelado por baixo. Foram oito anos de pouca produtividade, pouca efetividade e pouca expressão. Tal como foi alertado lá em 2014, pelo então candidato ao senado Rogério Carvalho (PT), o mandato de Maria representou uma “cadeira vazia” no Senado Federal.

Com o golpe de misericórdia sacramentado nesta quarta, Maria não só conclui o seu mandato e aposenta-se da política com um erro grotesco, como também mancha a sua tão propalada história em defesa do social. Isso porque a viúva do ex-governador João Alves (In Memoriam) foi a responsável direta pelo sucesso de programas como o Pró-Mulher e o Pró-Família, quando da indicação do esposo para o cargo de secretária da Assistência Social.

É inegável o seu papel histórico no fortalecimento das políticas públicas de Assistência Social e até mesmo a importância da representatividade que alcançou enquanto mulher e sergipana no Senado Federal, mas a história costuma ser implacável com quem fere bandeiras tão enraizadas na sua biografia.


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