Cristiano Cavalcante e a sede de poder que parece não ter limites

O desejo de poder do novo deputado já provocou muitas polêmicas e acusações de que o alagoano pratica um “coronelismo moderno”.


26/01/2023 19:41

por Daniel Rezende

O deputado estadual Cristiano Cavalcante (União Brasil), recém-diplomado para o seu primeiro mandato, tem dado provas de que possui ambição política implacável, incontrolável e insaciável. Nas poucas entrevistas que concedeu desde que foi eleito para o cargo na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), Cavalcante deixa claro que só um assunto lhe interessa: A expansão da sua zona de influência e poder nas gestões públicas Sergipe a dentro.

Ao falar das ambições de Cristiano Cavalcante, inevitavelmente precisamos falar do seu histórico na política. De forma meteórica ele foi eleito duas vezes ao cargo de prefeito de Ilha das Flores, assumiu a presidência da Federação das Administrações Municipais de Sergipe (FAMES) e emplacou apoios vitoriosos em municípios como Nossa Senhora das Dores, a própria Ilha das Flores e Capela (Município administrado por sua esposa, Silvany Mamlak).

Chegou 2022 e o alagoano nascido em Maceió entrou para a disputa a deputado estadual com “os dois pés juntos”, como diz a linguagem popular. Primeiro colocado disparado na disputa, Cristiano impressionou o estado com incríveis 45 mil votos, número espantoso para uma liderança recém-formada e que era conhecida apenas no Baixo São Francisco.
A assombrosa votação fez Cavalcante sonhar alto e esbanjar auto-confiança. Veio de si mesmo o comentário de que pretende lançar seu filho de apenas 20 anos ao cargo de prefeito de Brejo Grande. Mais recentemente, uma nova polêmica: Lançou prematuramente o vice-prefeito de General Maynard, Rodrigo Sobral, ao posto de pré-candidato a prefeito do município.

O lançamento causou um alvoroço na cidade e até o prefeito, Valmir de Nira, veio a público mostrar sua insatisfação com a sede de poder do deputado. “Fiquei triste [...] Ele sabe que aqui tem um grupo liderado por Valmir de Nira e o candidato será aquele que se sair melhor entre Rodrigo Sobral, Alisson Andreolli e Marcone [...] Aqui, quem manda e quem escolhe é o povo. Aqui não tem esse negócio de político mandar”, disse o prefeito.

Na formação da mesa diretora da Alese, bateu na mesa e exigiu ser o primeiro secretário da chapa liderada por Jefferson Andrade (PSD). Há quem diga que pretendia até mesmo ser presidente da Casa Legislativa, informação que ele negou veementemente. No fim das contas, foi agraciado pelo governador Fábio Mitidieri (PSD) com a função de Líder do Governo na Alese.

Em Capela, município que hoje é administrado por sua esposa, o que mais se comenta é que o deputado fará de tudo para não deixar o ex-prefeito Manoel Sukita (PT) ou sua irmã Clara (PT) assumir a gestão do município. Cristiano teme que os resultados das pesquisas de consumo interno, que mostram força do folclórico político capelense, se concretizem no pleito municipal.

O desejo de poder de Cristiano já provocou muitas polêmicas e acusações de que o novo parlamentar sergipano pratica um “coronelismo moderno”. Por tudo que fala em entrevistas e pelas ações políticas, não há dúvidas de que Cavalcante fará o possível e o impossível para atingir os seus objetivos. Se com isso o povo sergipano sairá ganhando, só o tempo dirá.


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