Deputados tomam posse com bancada de oposição indefinida em Sergipe
Ainda há tempo para se organizar, mas o “andar da carruagem” demonstra que o desinteresse pode ser o maior dos obstáculos.
por Daniel Rezende
A posse dos novos deputados de Sergipe ocorrida nesta quarta-feira, 1º de fevereiro, ficou marcada pela primeira demonstração de fragilidade da bancada de oposição ao governo de Fábio Mitidieri (PSD). Apenas Georgeo Passos (Cidadania), escolhido como líder, Linda Brasil (PSOL) e Marcos Oliveira (PL) declararam que atuarão pela bancada.
Os demais 21 nomes parecem optar pela defesa declarada do governo ou pela neutralidade conveniente. Tem sido assim nas últimas legislaturas, mas vale frisar que a essa hora, em 2019, um grupo de deputados começava a dar mostras de que faria uma oposição combativa e unificada.
Na época, Georgeo Passos, Kitty Lima, Dr. Samuel e Rodrigo Valadares foram intitulados como o “G-4 da Oposição” e, por alguns meses, deram um “bocado” de trabalho ao governador Belivaldo Chagas, mostrando que uma bancada pequena pode gerar grandes debates e até mesmo obstruir votações de projetos que conflitam os interesses do Governo do Estado com os da população.
Para esta legislatura o cenário se apresenta diferente: Além das divergências políticas locais, o fator ideológico pesa o bastante para manterem separados quadros de esquerda, como Linda Brasil, de quadros mais à direita, como Marcos e Georgeo.
Nomes que despontaram para o cenário estadual como uma espécie de "antissistema", a exemplo do deputado recém-empossado Luizão Dona Tramp (União Brasil), devem mesmo é compor a base governista e se ater ao conforto das regalias governistas.
Outros, eleitos com as bandeiras regionalista ou municipalista, devem assumir uma posição de neutralidade para não prejudicar seus interesses regionais. Eles sabem que ir de encontro ao Governo de Sergipe pode causar transtornos difíceis de explicar para as populações de cada região, tendo em vista que suas vitórias se deram pela promessa de desenvolvimento regional.
Ainda há tempo para se organizar, mas o “andar da carruagem” demonstra que o desinteresse pode ser o maior dos obstáculos.
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