Mitidieri alega ter reunido “sua bancada” em Brasília; mas que bancada?

Coluna desta semana traz inusitada reunião provocada pelo governador, articulações de Misael Dantas, novo candidato em Estância, forças de oposição em Neópolis, discussão entre deputados e muito mais.


12/03/2023 17:24

por Daniel Rezende

Causou polêmica na última semana a atitude do governador Fábio Mitidieri (PSD) em reunir a bancada sergipana em Brasília sem a presença do senador Rogério Carvalho (PT) e do deputado federal João Daniel (PT) e ainda decidir pelo senador Alessandro Vieira (PSDB) como o novo coordenador de bancada. Rapidamente, João Daniel e Rogério recorreram ao Twitter para denunciar que essa era a primeira vez que um fato como desta natureza era registrado. 

Isso porque o governador não deve ser o responsável pela coordenação de uma bancada federal de determinado estado. De fato, é gravíssimo para a independência dos poderes que um chefe estadual possa fazê-lo, ainda mais sob a iniciativa de proibir a presença de dois políticos que lhe fizeram oposição no último pleito, caso de Rogério e Daniel. 

Com essa cartada, Fábio provou que faz o que mais critica em Rogério Carvalho: Não desceu do palanque e ainda está preso nas eleições de 2022, mesmo tendo sido vitorioso. Curioso, não? O autor desta coluna acredita que sim e credencia isso ao poder eleitoral que Rogério e o PT demonstraram no pleito, além da posição privilegiada do senador como 1º secretário no Senado Federal. 

Ainda há uma situação mais grave nessa decisão atabalhoada de Mitidieri e ela envolve o deputado federal Ícaro de Valmir (PL), que disse abertamente à imprensa ter sido enganado sobre o objetivo da reunião. Foi para o encontro imaginando uma conversa preliminar entre colegas sobre a coordenação de bancada e lá encontrou o maior algoz político do seu pai, o governador Fábio. O resultado foi ter estado em minoria e precisar aceitar goela abaixo o inexpressivo senador Alessandro Vieira como coordenador de bancada. 

Esse, inclusive, é o último agravante dos fatos. Alessandro como coordenador será uma tragédia anunciada e até mesmo aliados de Fábio já o preveem. Vieira não dialoga com ninguém e seu gabinete é quase um museu, com servidores que mal conhecem os políticos sergipanos. Mas Fábio precisava reconhecer o esforço do delegado eleito na onda bolsonarista e que no último 2º turno se engajou na sua campanha. 

Ao contrário da última semana: Que bola fora, Fábio! 

ESTÂNCIA 

Os ventos que sopram na Cidade Jardim apontam para uma pré-candidatura que começa a se movimentar e pode perturbar o sono de muita gente da política local, incluindo o prefeito Gilson Andrade (PSD).

Trata-se de uma pessoa com trânsito livre em Brasília e em todos os entes federados, com grande força política e um desejo gigante de transformar a Capital do Barco de Fogo, sua terra natal.

À coluna, ele revelou que tem sido difícil ver o município nas mãos de “alguém tão limitado política e administrativamente” como Gilson Andrade. Para ele, são oito anos de mandatos que pouco acrescentaram à rica história estanciana. 

GILSON X MISAEL 

O vereador de Estância e suplente de deputado estadual Misael Dantas (União Brasil) foi preterido por Gilson Andrade na disputa pela sua liderança na Câmara de Vereadores. A decisão de Andrade deixou os parlamentares surpresos, pois esperava que a função fosse destinada a Misael com o intuito de fortalecer os laços há algum tempo estremecidos entre os dois. O escolhido foi o jovem vereador Kaique Freire (PV).

DONA TRAMP X LINDA BRASIL

A Assembleia Legislativa (Alese) foi palco do primeiro show de horrores do deputado “Luizão Dona Tramp” (União Brasil). Ele resolveu iniciar uma discussão “sem pé e nem cabeça” com a deputada Linda Brasil (PSOL), quando veio a se queixar de ter sido vítima de racismo na recente campanha eleitoral. Branco e hétero, o itabaianense que carrega o nome do ex-presidente americano cometeu um erro grotesco e básico de identidade social. Ele aparenta carência de conteúdo e deve mesmo ser apenas mais um deputado caricato, com frases prontas para incendiar a sua bolha e nada mais. Que pena para Sergipe!

SANTA LUZIA DO ITANHI 

Se o vereador estanciano não demonstra estar com a melhor das relações com o prefeito Gilson, fora de Estância, junto ao seu líder André Moura, o prestígio parece estar mais alto do que nunca. Só na última semana ele resolveu duas “pendengas” em municípios da região Centro-Sul e fortaleceu o projeto de André.

Sob o aval de André e a articulação de Misael, a presidência do União Brasil em Santa Luzia do Itanhi está agora sob o poder do prefeito Adauto Amor. Com isso, o ex-vereador Alberto Costa, fiel escudeiro de André no município, também passa a fazer parte do agrupamento do prefeito. 

ITABAIANINHA

Também com a condução do estanciano, o vereador Professor Jonatas (PSD) agora é parte da base de sustentação de André Moura em Itabaianinha. Ele é oposição ao prefeito Danilo e possuía o desejo de montar um grupo político forte e coeso para a disputa que se segue em 2024. Com o apoio de Moura e sua filha Yandra (União), o caminho está sendo pavimentado e ele passará a presidir o União Brasil na cidade.

NEÓPOLIS

As enquetes produzidas pelo Política de Fato continuam dando o que falar e a última que mexeu com os bastidores políticos de um município foi a de Neópolis, com a pré-candidata Cláudia Passos (Avante) tendo sido a melhor avaliada entre os “pré” de oposição. Ela pontuou bem e acima, inclusive, de Alysson Tojal (PSD), filho do ex-prefeito Amintas e que vem de uma família tradicional na política local.

No atual cenário, Cláudia deve ser mesmo o principal nome de oposição do pleito e Alysson poderá ter que se contentar com uma candidatura a vereador no município, pois se vier para a disputa provavelmente amargará a 3ª colocação novamente. 

PREFERIDOS DE LULA 

O jornalista André Barros causou polêmica ao informar que o “núcleo duro” de ministros da confiança de Lula é formado por cinco deputados, o que não inclui o sergipano e secretário-geral da presidência, Márcio Macedo (PT). Segundo Barros, aliás, “o ministério de Márcio é um puro faz de conta”. Será?


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