João Daniel: “CPI do MST é cortina de fumaça para esconder corrupção sob Bolsonaro”
Foto: PT na Câmara / Divulgação
O deputado federal João Daniel (PT-SE), um dos fundadores do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, disse considerar o pedido para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito contra o MST “uma cortina de fumaça para esconder o rastro de destruição” deixado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em entrevista concedida ao jornalista Wendal Carmo, da Carta Capital, o presidente do diretório do PT de Sergipe foi enfático:
“[O requerimento] é apenas uma cortina de fumaça para tentar criar cenas, histórias, para ofender e impedir políticas públicas do governo Lula, bem como atacar os movimentos do campo, sejam indígenas, sejam aqueles que lutam pela reforma agrária.”, declarou à CartaCapital.
De autoria do deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), o requerimento alcançou 171 assinaturas, entre elas de parlamentares do PSD e União Brasil, legendas que integram a base do governo Lula no Congresso. Na proposta, o bolsonarista pede uma investigação sobre as recentes invasões em propriedades da Suzano, no sul da Bahia.
Para João Daniel, que coordena o núcleo agrário do PT na Câmara, não há possibilidade de a CPI ser instalada pelo deputado Arthur Lira (PP-AL).
O movimento, segundo ele, serve para desviar o foco de escândalos deflagrados nas últimas semanas, como o caso das joias sauditas e as revelações de que Bolsonaro utilizou um sistema secreto de espionagem na Agência Brasileira de Inteligência.
“Essa CPI só tem como objetivo tapar os grandes problemas que, neste momento, envolvem Bolsonaro e a turma que votou nele. Eles precisam achar algum tema que dê discurso e palanque para que o Ministério da Justiça, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal não investiguem os atos golpistas [do 8 de Janeiro], os crimes de trabalho escravo e a corrupção na venda das refinarias em troca de joias”, acrescentou João Daniel.
por Wendal Carmo / Carta Capital
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