Edvaldo Nogueira caminha para novo ostracismo político

A fritura tende a levá-lo a um ostracismo que, desta vez, pode ser definitivo.


13/07/2023 11:33

O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT), vive uma situação de inquietude desde que foi preterido pelo seu agrupamento na disputa pelo Governo do Estado em 2022. Esse sentimento que atinge o gestor não é em vão. Ele vê cenas repetidas de um filme que já o envolveu ao fim da sua segunda gestão à frente da Prefeitura de Aracaju em 2012.

Ao final daquele período, Edvaldo se viu isolado e esquecido politicamente, vivendo um verdadeiro “ostracismo” no cenário político. No auge da sua vaidade, governou como se não houvesse amanhã e não pavimentou um caminho político de continuidade da sua liderança. Dois anos depois, lançou-se candidato a deputado federal e amargou uma derrota humilhante para um gestor com quase uma década comandando Aracaju: apenas 36.570 votos.

Em 2023 o cenário começa a se desenhar com algumas similaridades que nos remetem a 2012 e o posterior fracasso de Edvaldo enquanto liderança. O prefeito tinha como Plano A, B, C e todo o alfabeto restante a sua escolha para a disputa ao Governo de Sergipe. Terminou sendo preterido por Belivaldo (PSD) e a maioria do grupo mesmo pontuando bem nas pesquisas e despontando com grande aprovação na capital sergipana, fatores que evidenciavam sua força e o credenciavam a um sucesso nas urnas a partir de um rompimento.

Faltou coragem a Nogueira, que ao final do processo de fritura se viu atordoado e não teve força sequer para eleger o seu candidato a deputado federal, Luiz Roberto (PDT), sempre lembrado pelo slogan eleitoral “O amigo de Edvaldo”. Não teve amizade, estrutura de cargos comissionados ou qualquer outro milagre divino que desse sucesso ao camarada, que obteve apenas 35.564 votos.

Sem um nome forte e de confiança para o suceder na disputa pela Prefeitura de Aracaju nas eleições que se aproximam, Edvaldo Nogueira começa a ver uma intensa articulação de nomes que não o têm como um aliado incondicional na política, a exemplo do próprio Belivaldo Chagas, da deputada federal Katarina Feitosa (PSD), do vereador por Aracaju Nitinho Vitalle (PSD) e do vice-governador Zezinho Sobral (PDT), que ainda nutre uma certa mágoa de Nogueira por ter dado lugar ao próprio na disputa interna para o pleito eleitoral de 2016.

Na Câmara de Vereadores, a coisa também começa a se complicar para o prefeito. Sua bancada começa a mostrar uma independência que preocupa, além de que, um grupo de 15 vereadores liderados pelo presidente Ricardo Vasconcellos (Rede) e o vereador Nitinho Vitalle, já declararam que querem influenciar diretamente na disputa majoritária de 2024.

Restou ao prefeito aracajuano manobrar via vereador Professor Bitencourt (PDT) um gesto de aproximação ao Partido dos Trabalhadores (PT), que amargou quatro anos de pouca influência na sua gestão 2016-2020, quando possuía Eliane Aquino (PT) como sua vice-prefeita, e veio a romper no pleito de 2020 ao lançar Márcio Macedo (PT) à disputa pela prefeitura.
O tempo está passando e começa a se esgotar para Edvaldo. A fritura tende a levá-lo a um ostracismo que, desta vez, pode ser definitivo.


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