Oposição vota dividida em empréstimo milionário de Fábio Mitidieri
Nas redes sociais ou à imprensa, Chico do Correio não deu sequer uma justificativa para a votação favorável ao projeto
Causou estranheza a divisão da bancada de oposição na votação de um projeto enviado à Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) pelo governador Fábio Mitidieri (PSD) para garantir um empréstimo de R$ 300 milhões junto a instituições financeiras públicas ou privadas. Georgeo Passos (Cidadania), Linda Brasil (PSOL) e Marcos Oliveira (PL) foram os únicos representantes da oposição que rejeitaram o projeto que havia chegado à Assembleia horas antes da votação e cuja apreciação se deu de maneira apressada e sem uma análise minuciosa pelos parlamentares.
A posição do deputado Chico do Correio (PT), em especial, foi a mais surpreendente dentre os favoráveis à proposta. Ibrain Monteiro (PV) e Luizão Donatramp (União Brasil) votaram favoráveis e foram eleitos pela oposição, mas já não surpreendem o eleitorado devido às posições adotadas em outros projetos desde o início da Legislatura. Paulo Júnior (PV), cuja atuação como opositor tem sido firme, recebeu licença médica e não estava na sessão.
Nas redes sociais ou à imprensa, Chico do Correio não deu sequer uma justificativa para a votação favorável ao projeto. A falta de transparência nessa tomada de decisão agrava ainda mais essa posição.
É preciso lembrar que o gloriense eleito em 2022 na Federação PT, PcdoB e PV não só contou com a adesão de um eleitorado carente de ações regionalizadas, mas também teve o apoio de correntes do Partido dos Trabalhadores, as quais nutrem uma expectativa de posição coerente com a sigla e com o que ela representa em termos de combatividade e de protagonismo enquanto principal agremiação de oposição ao Governo Fábio em Sergipe.
Votar favorável a uma proposta aprovada “a toque de caixa” e sem qualquer discussão aprofundada é alarmante para um deputado de oposição, ainda mais quando se leva em consideração que esse já é o 2º empréstimo solicitado por Fábio à Alese em pouco mais de seis meses de governo.
Por fim, a crítica precisa ser estendida para os demais parlamentares, pois essa relação de subserviência e de “amém” a qualquer projeto é extremamente prejudicial para a democracia e para o futuro dos sergipanos, mas a oposição precisa fazer o “dever de casa” e mostrar coesão para enfrentar propostas nocivas à sociedade.
Quer receber gratuitamente as principais notícias do Política de Fato no seu WhatsApp? Clique aqui.