Dr. Saulo e a perseguição política que saiu pela culatra em Lourdes


25/11/2023 12:27

 

por Daniel Rezende

Pré-candidatíssimo ao cargo de prefeito de Nossa Senhora de Lourdes, cidade conhecida historicamente como feudo da Família Andrade, Dr. Saulo Makerran viveu de perto nos últimos dias o efeito inverso de uma tentativa de perseguição política no âmbito da sua profissão. Médico cirurgião e funcionário da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), Saulo atuava no Hospital Governador João Alves Filho há mais de sete anos, quando foi comunicado de maneira abrupta, na última semana, da sua transferência para outra unidade de saúde.

O comunicado da mudança de unidade ocorreu horas após a publicação de uma imagem em que ele aparece ao lado do presidente do PT de Sergipe e deputado federal João Daniel, em um contexto em que se discutia uma aproximação e possibilidade de filiação do médico ao Partido dos Trabalhadores.

A notícia se espalhou por Lourdes e região e logo não deu outra: a repercussão para o Governo de Sergipe foi extremamente negativa. Não foram poucos os comentários em que as pessoas levantaram a hipótese de uma tentativa de anulação da candidatura do jovem médico, que hoje pontua em primeiro lugar nas pesquisas para a Prefeitura de Nossa Senhora de Lourdes.

Dada a repercussão do ato administrativo, era esperada, minimamente, uma nota de esclarecimento com uma justificativa plausível para a mudança por parte da Secretaria de Estado da Saúde (SES) ou do Hospital João Alves Filho. Não houve posicionamento, como também não houve justificativa no documento de transferência do médico.

O fato é que, tendo sido um ato de perseguição ou não, soou muito mal para o Governo de Sergipe e para a própria família Andrade, representada neste caso pelo atual prefeito de Lourdes, Laerte Andrade (PSD), cuja atuação governista gera suspeições de que o ato tenha ocorrido em conluio. Isso complica ainda mais a perspectiva de reeleição do Andrade, que hoje é tida como nula diante dos vários erros administrativos e a consequente rejeição enfrentada junto ao eleitorado.

A classe política tradicional, para não dizer as oligarquias, precisam ficar atentas ao comportamento do novo eleitor e à difusão das informações nas redes sociais. As práticas antigas já não são tão aceitas e um tentativa de nulidade do adversário por meio da força do estado pode vir a ser um duro golpe, mas contra si mesmo.


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