Projetos científicos de escolas públicas de Sergipe são finalistas da maior feira de ciência do país
Plantas medicinais do alto sertão sergipano, produção de tijolos da fibra do coco, purificação de água de barreiros à base de biopolímero do quiabo e projeto de engenharia agrícola para o sertão são alguns dos temas de projetos científicos de Sergipe finalistas na 22ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – Febrace 2024, um dos principais eventos do gênero do país.
Os projetos sergipanos serão apresentados na mostra presencial aberta ao público, que ocorrerá nos dias 20 e 21 de março, no Centro de Inovação da Universidade de São Paulo (Inova USP), em São Paulo. Na mostra, os projetos serão submetidos a uma comissão que avaliará os melhores projetos científicos do país. A cerimônia de premiação acontecerá no dia 22, quando também será anunciado o ‘Professor Destaque – Febrace 2024’.
Paralelamente à mostra, a Febrace também disponibilizará aos participantes uma agenda de palestras e oficinas a partir do dia 18 de março. Os orientadores, co-orientadores e alunos cientistas finalistas também terão a oportunidade de participar de visitas monitoradas aos laboratórios, institutos e museus da USP.
São projetos finalistas o ‘Acendra - purificação de águas de barreiros à base de biopolímero extraído do quiabo’, desenvolvido no Colégio Estadual Dom Juvêncio de Britto, em Canindé de São Francisco, e no Colégio Estadual Rui Barbosa, em Aracaju; o ‘Agrosapiens: cultivando o amanhã, um campo de possibilidades’ e o ‘Farma-sertão: um estudo sobre plantas medicinais do alto sertão de Sergipe’, ambos desenvolvidos no Colégio Estadual Dom Juvêncio de Britto; além do ‘Fibra de cocos nucifera: uma alternativa sustentável na produção em tijolos solocimento’, do Colégio Estadual Prefeito Anfilófio Fernandes, em Umbaúba.
Orientado pelo professor Makel Bruno e co-orientado por Alisson Souza da Cruz, egresso do Colégio Estadual Prefeito Anfilófio Fernandes, o ‘Fibra de cocos nucifera’ teve início como um projeto de iniciação científica na feira de ciências da escola de Umbaúba e tomou outras proporções ao repercutir como uma alternativa sustentável de produção de tijolos de baixo custo a partir da fibra do coco, que é bastante encontrada na região litorânea do Nordeste e normalmente seria descartada em local inapropriado.
“Participar da Febrace representa uma oportunidade única para destacar o trabalho árduo e inovador dos alunos cientistas. Os próximos passos envolvem a revisão minuciosa do projeto com eles, garantindo sua excelência e relevância. Além disso, é fundamental concluir a aplicação do questionário de opinião pública em comunidades tradicionais, visando a avaliar a aceitação dos tijolos”, destaca o professor Makel Bruno.
Ele também diz que, paralelamente à conclusão da pesquisa, planeja-se realizar oficinas nas comunidades, com o intuito de ensinar como produzir os tijolos. “Essas etapas são cruciais não apenas para fortalecer a pesquisa, mas também para ampliar o impacto social do projeto. Chegaremos à Universidade de São Paulo com novas informações aos avaliadores e vamos surpreendê-los, mostrando que nosso projeto já saiu do papel”, acrescenta o orientador.
A professora Lark Soany, do Colégio Estadual Dom Juvêncio de Britto, que participa de três projetos finalistas e já ficou entre os dez professores destaques da Febrace, comenta sobre a felicidade de levar Sergipe para mais uma edição da feira. “Trabalhamos duro durante o ano inteiro, e estar na Febrace é a sensação de que estamos no caminho certo. Ficamos muito ansiosos e empolgados para esta etapa. Os projetos selecionados são muito bons e têm um potencial gigantesco”, descreve.
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