Projetos científicos de escolas públicas de Sergipe são finalistas da maior feira de ciência do país


19/02/2024 14:49

Plantas medicinais do alto sertão sergipano, produção de tijolos da fibra do coco, purificação de água de barreiros à base de biopolímero do quiabo e projeto de engenharia agrícola para o sertão são alguns dos temas de projetos científicos de Sergipe finalistas na 22ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – Febrace 2024, um dos principais eventos do gênero do país.

Os projetos sergipanos serão apresentados na mostra presencial aberta ao público, que ocorrerá nos dias 20 e 21 de março, no Centro de Inovação da Universidade de São Paulo (Inova USP), em São Paulo. Na mostra, os projetos serão submetidos a uma comissão que avaliará os melhores projetos científicos do país. A cerimônia de premiação acontecerá no dia 22, quando também será anunciado o ‘Professor Destaque – Febrace 2024’.

Paralelamente à mostra, a Febrace também disponibilizará aos participantes uma agenda de palestras e oficinas a partir do dia 18 de março. Os orientadores, co-orientadores e alunos cientistas finalistas também terão a oportunidade de participar de visitas monitoradas aos laboratórios, institutos e museus da USP.

São projetos finalistas o ‘Acendra - purificação de águas de barreiros à base de biopolímero extraído do quiabo’, desenvolvido no Colégio Estadual Dom Juvêncio de Britto, em Canindé de São Francisco, e no Colégio Estadual Rui Barbosa, em Aracaju; o ‘Agrosapiens: cultivando o amanhã, um campo de possibilidades’ e o ‘Farma-sertão: um estudo sobre plantas medicinais do alto sertão de Sergipe’, ambos desenvolvidos no Colégio Estadual Dom Juvêncio de Britto; além do ‘Fibra de cocos nucifera: uma alternativa sustentável na produção em tijolos solocimento’, do Colégio Estadual Prefeito Anfilófio Fernandes, em Umbaúba.

Orientado pelo professor Makel Bruno e co-orientado por Alisson Souza da Cruz, egresso do Colégio Estadual Prefeito Anfilófio Fernandes, o ‘Fibra de cocos nucifera’ teve início como um projeto de iniciação científica na feira de ciências da escola de Umbaúba e tomou outras proporções ao repercutir como uma alternativa sustentável de produção de tijolos de baixo custo a partir da fibra do coco, que é bastante encontrada na região litorânea do Nordeste e normalmente seria descartada em local inapropriado.

“Participar da Febrace representa uma oportunidade única para destacar o trabalho árduo e inovador dos alunos cientistas. Os próximos passos envolvem a revisão minuciosa do projeto com eles, garantindo sua excelência e relevância. Além disso, é fundamental concluir a aplicação do questionário de opinião pública em comunidades tradicionais, visando a avaliar a aceitação dos tijolos”, destaca o professor Makel Bruno.

Ele também diz que, paralelamente à conclusão da pesquisa, planeja-se realizar oficinas nas comunidades, com o intuito de ensinar como produzir os tijolos. “Essas etapas são cruciais não apenas para fortalecer a pesquisa, mas também para ampliar o impacto social do projeto. Chegaremos à Universidade de São Paulo com novas informações aos avaliadores e vamos surpreendê-los, mostrando que nosso projeto já saiu do papel”, acrescenta o orientador.

A professora Lark Soany, do Colégio Estadual Dom Juvêncio de Britto, que participa de três projetos finalistas e já ficou entre os dez professores destaques da Febrace, comenta sobre a felicidade de levar Sergipe para mais uma edição da feira. “Trabalhamos duro durante o ano inteiro, e estar na Febrace é a sensação de que estamos no caminho certo. Ficamos muito ansiosos e empolgados para esta etapa. Os projetos selecionados são muito bons e têm um potencial gigantesco”, descreve.


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