Governo gasta R$ 250 mil para bancar festa de pré-candidato em Neópolis
A justiça eleitoral precisa estar atenta a essa e a outras manobras que já estão em curso em todo o Estado de Sergipe
por Daniel Rezende
Um extrato de contrato publicado no Diário Oficial do Governo de Sergipe informou, nesta segunda-feira, 04, o pagamento de R$ 250.000,00 para a contratação do artista Durval Lelys (Ex - Asa de Águia) para animar o bloco “Enchendo e Derramando”, organizado pelo superintendente do Hospital de Neópolis e pré-candidato a prefeito no município, Alysson Tojal (União Brasil).
Aliadíssimo do governador Fábio Mitidieri (PSD) e do ex-deputado federal André Moura (União Brasil), Alysson pintou o sete no evento, testando sua popularidade ao lado dos seus dois líderes, fazendo muita política e dando um duro recado – obviamente de maneira indireta - ao atual prefeito Célio de Zequinha (PL) e seu projeto de sucessão: Se quiser ganhar, vai precisar vencer, principalmente, a força da máquina do Governo do Estado.
No Carnaval deste ano, realizado entre os dias 09 e 13 de fevereiro, a Prefeitura de Neópolis não recebeu suporte financeiro do Governo do Estado. A exceção foi o policiamento destacado pelo Comando da Corporação, representando o mínimo do que poderia ser empregado pelo Poder Executivo para a garantia da manutenção dessa tradição secular.
Sem apoio e com um cofre público minado pelas obrigações do dia a dia, a administração municipal realizou o evento, mas foi alvo de muitas críticas pela demora na divulgação da programação, bem como pela ausência de grandes atrações nacionais na festividade. Afinal de contas, a população filtra a informação que o atinge diretamente e não é comum que esta procure entender as circunstâncias dos bastidores do poder.
A justiça eleitoral precisa estar atenta a essa e a outras manobras que já estão em curso em todo o Estado de Sergipe. Ora, foi no próprio carnaval 2024 que se viu uma enxurrada de bonés com o número 44 (União Brasil) em cada festividade que o ex-deputado federal André Moura esteve presente. Essas ações somadas ao uso da máquina pública do estado para um claro favorecimento de um pré-candidato em detrimento de outro são táticas medievais e que já deveriam ter sido abolidas há anos em Sergipe, mas permanecem e muitas das vezes são fatores decisivos para largar na frente na corrida das eleições municipais.
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