Filiação ao PL e imagem de Bolsonaro podem antecipar derrocada de Emília Corrêa
por Daniel Rezende
Os rumores de filiação de Emília Corrêa ao Partido Liberal (PL), que hoje possui como principal liderança o ex-presidente Jair Bolsonaro, foram confirmados na noite desta quinta-feira, 14, com o anúncio da própria Emília acerca do ato de filiação. E essa tende a ser uma decisão divisora de águas na pré-campanha da líder absoluta das pesquisas pré-eleitorais.
Corrêa é uma candidata que representa uma direita moderada, que poderia ser classificada como “centro-direita”, e que até hoje não escorregou em uma declaração pública ou em qualquer que a atirasse ao espectro mais radical da direita, hoje liderada pelas ideias fascistas e antidemocráticas do ex-presidente Bolsonaro, mas a filiação ao PL deve arrastá-la para esse extremo e afastá-la de uma vez da simpatia dos progressistas e esquerdistas aracajuanos.
Aracaju tem presenciado um crescimento perigoso das ideias de extrema direita, mas ainda pode ser considerada uma capital com histórico progressista, o que faz gerar dúvidas sobre o campo eleitoral de direita possuir ou não capilaridade suficiente para eleger um (a) prefeito (a). Observando as votações dos candidatos mais à esquerda nas últimas duas décadas e os personagens que a governaram nesse período, com destaque para o ex-comunista Edvaldo Nogueira e para o ex-prefeito Marcelo Déda (In Memoriam), é mais fácil cravar que não há espaço para uma vitória bolsonarista.
Com essa guinada à extrema da direita, Emília perde um público que se identifica com as ideias da esquerda e que, até então, via nela uma pessoa neutra nas questões ideológicas, mas fortemente ligada ao combate à corrupção e sob grande perspectiva de provocar uma mudança significativa nos rumos de Aracaju.
A tendência, daqui em diante, é um esvaziamento desse público. O que não significa uma derrocada total, mas sim de um determinado percentual que pode ser o suficiente para tirá-la do 2º turno ou para jogá-la em um extremo bolsonarista a partir de uma possível polarização neste mesmo 2º turno.
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