Aliança entre PSOL e PT é urgente para enfrentar projeto de direita em Aracaju


20/03/2024 21:41

por Daniel Rezende

Não há como negar a representatividade que a direita encontra na pré-candidatura de Emília Corrêa (PL) à Prefeitura de Aracaju. Por mais que a vereadora não se enquadre em todos os pré-requisitos que esse espectro ideológico e seus seguidores determinam, a exemplo das suas pertinentes falas anti-privatização e em defesa da Deso, a filiação ao PL e o palanque montado na sua filiação ao partido com figurinhas carimbadas da direita e da extrema direita evidenciam que há, sim, um projeto de direita em torno de Corrêa.

Não há dúvidas também que a filiada ao PL é e será a pré-candidata a ser batida na disputa por Aracaju. Com grupo robusto ou sem, a preferência do eleitorado por um nome que represente uma mudança recai sobre Emília. É esperado um efeito Valmir 2022, tanto é que a pré-candidata foi buscar o principal estrategista digital da campanha de Valmir, o marqueteiro e social media Júnior Carvalho, um profissional de mão cheia que vem despertando interesse de campanhas em todo o estado e até fora dele. Esse efeito e uma possível vitória podem ser decisivos para uma futura campanha exitosa de Jair Bolsonaro (PL) ou qualquer um indicado dessa direita na disputa presidencial em 2026 dentro de Aracaju.

Com todo esse “oba-oba” em torno de Emília Corrêa, é crucial uma unidade de esquerda visando o projeto democrático e popular em andamento com a vitória de Lula em 2022. Seja com Linda Brasil e Niully Campos (Ambas do PSOL) ou Candisse Carvalho (PT) e Dr. Emerson (PCdoB), sendo ambos indicados dentro da Federação PT, PCdoB e PT, como cabeças de chapa, é necessário iniciar esse debate de composição e apresentar um projeto de Aracaju progressista, aos moldes do que foi construído na Administração Marcelo Déda durante o início dos anos 2000.

Todas as pré-candidaturas mencionadas patinam nas pesquisas pré-eleitorais e enfrentam um cenário muito difícil em que a pulverização do eleitorado de esquerda tende a se intensificar e dificultar ainda mais o processo. É certo que, entre os nomes apresentados, o de Candisse é o que aparenta ter maior potencial pela imagem atrelada ao presidente Lula, mas ainda assim não deixa de ser uma aposta do Partido dos Trabalhadores (PT).

Adiar esse debate e partir para um pleito com projetos personalistas é um caminho perigoso. Se havia um mote em 2022 em defesa da democracia, por que ele não permanece em vigor e liderando as discussões da esquerda neste mesmo pleito? 2026 passa por 2024 e o projeto macro de um país popular e democrático não pode ser perdido de vista. 


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