Kaká Andrade pode ser o remédio amargo necessário a Canindé
por Daniel Rezende
Depois de anos de pura instabilidade administrativa e política sob a gestão de Weldo Mariano (PT), além dos problemas enfrentados pelos ex-prefeitos Heleno Silva e Ednaldo da Farmácia, Canindé de São Francisco caminha para ter uma eleição polarizada entre os pré-candidatos Machadinho (União Brasil) e Kaká Andrade (PSD) em 2024.
Ambos possuem perfis de administradores que casam o discurso com a conveniente necessidade dos canindeenses de serem governados por um prefeito com capacidade administrativa, mas somente um já foi testado nessa posição e tem mostrado virtudes que levam o Política de Fato a acreditar que pode ser o remédio amargo e necessário a Canindé.
Claro que estamos falando de Kaká Andrade. Ex-senador, ex-secretário municipal de Finanças em Canindé, atual diretor do Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe (ITPS), Kaká é um nome que ainda exala desconfiança de uma parte do eleitorado canindeense, mas possui habilidade e experiência de sobra na administração pública.
A desconfiança passa pela sua imagem de homem de elite e herdeiro da oligarquia dos Andrade, cujo poder perpassa por diferentes prefeituras e pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-SE), mas é também parte de uma má-impressão causada pela sua atuação enquanto secretário na gestão do seu irmão Orlandinho à frente da Prefeitura de Canindé. Essa má-impressão lhe rendeu até um apelido inusitado: “Rasga Bilhete”.
Isso porque quando o irmão era prefeito, Kaká era o homem que exercia um forte poder de decisão na administração. Era ele quem autorizava gastos e privilégios a aliados políticos e o próprio Orlandinho parecia agir sob a sua permissão, pois costumeiramente recebia pedidos da população e os direcionava para procurar Kaká com bilhetes assinado por si próprio. Esses bilhetes costumeiramente eram descartados pelo secretário, que agia com pés no chão para garantir a saúde financeira do município. Daí um ficou com a fama de bonzinho e o outro de malvadão.
E é aí que entra a história do remédio amargo em torno de Kaká Andrade. Ora, se Canindé vive um momento fiscal delicado, é salutar eleger um político “mão aberta” para gerir os rumos do município? Logicamente que não. Se Kaká não sabe se portar adequadamente com o que a cartilha da política tradicional diz, isso significa, mais do que nunca, que ele pode ser o remédio tão necessário para Canindé.
Além disso, é inegável a rede de influências em torno de Kaká. Ele tem o apoio do governador Fábio Mitidieri (PSD), tem o tio como conselheiro do TCE (Ulices Andrade) e tem o primo como deputado estadual e presidente da Alese (Jefferson Andrade).
Do outro lado, Machadinho faz uma campanha leve e, sem sombra de dúvidas, possui grandes chances de vitória. Mas há um clima de desconfiança em torno do seu nome que o faz estagnar nas pesquisas pré-eleitorais e isso é evidenciado, principalmente, por ter ao seu lado uma penca de ex-candidatos queimados com o eleitorado que muitas das vezes o afastam mais que o aproximam de lideranças e eleitores.
O caso mais grosseiro é o do advogado e ex-candidato a prefeito Marinho. Derrotado por duas vezes na disputa a prefeito e visto com desconfiança pelas sucessivas mudanças de discurso, além dos controversos apoios a nomes como o do ex-deputado federal Valdevan Noventa, Marinho parece apostar todas as fichas em voltar a ter um espaço político a partir da vitória de Machadinho.
Essas e outras situações precisam ser avaliadas e colocadas na mesa pelo eleitor de Canindé a partir da seguinte questão: O que é que meu município precisa para voltar a se desenvolver: Equilíbrio ou Aventura?
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