André Davi tenta emplacar esposa faltando três meses para eleições em Estância
por Daniel Rezende
O cenário político do município de Estância, situado na região Centro-Sul de Sergipe, anda tão defasado e morno que vem abrindo espaço para o surgimento de nomes desconhecidos e “importados” de outros municípios com o objetivo de tentar vencer a disputa pela Prefeitura Municipal.
O primeiro desses nomes foi o do desconhecido empresário Joaquim Ferreira (PDT), que surgiu no cenário após uma cerimônia pomposa de filiação ao PDT, com direito a presença do prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT). Sem qualquer tipo de construção política anterior, ele lançou seu nome em 2023. Nesse período, ao menos construiu uma pré-campanha sólida e de muito diálogo, encantando parte da classe política que não se mistura com o prefeito Gilson Andrade (PSD) e seu pré-sucessor, André Graça (Progressistas).
Porém, as ressalvas do Política de Fato à construção repentina do nome de Joaquim em nada se comparam com a opinião deste espaço acerca da mais nova pré-candidatura estanciana da ilustre desconhecida Rebeka Maia. Antes que o leitor menospreze o nome, afirmando que este deve ser fruto de algum partido nanico, é preciso trazer a informação central: Rebeka é esposa do delegado André Davi, filiado ao Republicanos, e que teve uma votação de pouco mais de 8 mil votos para deputado federal somente em Estância em 2022.
Desde a sua derrota eleitoral naquele ano, André Davi se acovardou em participar das discussões políticas do município, mesmo que houvesse um clamor popular de que o seu nome seria o mais forte para enfrentar a chapa sucessora de Gilson Andrade. Esse movimento de silêncio e explícita indisposição em discutir os rumos da Cidade Jardim deixavam no ar a tese de que o delegado não tinha interesse em ser um administrador, mas somente um parlamentar com ar de bravateiro que defende os interesses da política extremista de direita. Ora, é assim que ele age nas suas redes sociais, com publicações em que joga temas delicados da segurança pública para discussões rasas e populistas.
Ao surgir com o nome da esposa, restando apenas três meses para o pleito eleitoral, ele reforça ainda mais a tese de que faz política para si só, excluindo as construções coletivas. Rebeka pode até reunir as qualidades necessárias para ser a prefeita de Estância, mas o mérito da questão não é julgar a sua qualificação, mas sim a forma vil de se fazer política do delegado-político.
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