O destino de Mendonça: ex-deputado tem que provar vida própria em 2018

Editorial SergipeNet.


29/09/2017 09:12

José de Araújo Mendonça Sobrinho, mas que na política optou pelo nome de Mendonça Prado, dono do inconfundível “2510”, logo se depreende sua origem politica ao campo da direita, mas precisamente do PFL, atual Democratas, sempre se notabilizou por seu temperamento forte e posições políticas firmes. Dono de um discurso sempre bem articulado, Mendonça já apontou sua metralhadora giratória para muitas personalidade politicas sergipanas; brigou e se reconciliou com muitos deles, também.

Alguns episódios comprovam isto. Em 2006, logo após a derrota do então governador João Alves Filho (Dem) para Marcelo Déda (in memorian), o pefelista subiu a tribuna da Câmara Federal para defender seu ex-sogro, com quem rompeu em 2014, e atacar o atual governador Jackson Barreto, de quem agora é aliado. Dizia à época: “...Em politica tem que saber perder e saber ganhar...No entanto é o deputado Jackson Barreto que responde a centenas de processos por roubos na Prefeitura de Aracaju”, denunciava Mendonça, para emendar “foi o deputado Jackson Barreto mencionado nessa quadrilha dos sanguessugas”. Sobre o resultado eleitoral daquele ano Mendonça ironizou: “Quanto a quantidade de votos, é resultado da avaliação que o povo faz do perfil de cada parlamentar e da cada candidato, ele foi tão bem votado quanto Clodovil no estado de São Paulo”, fazendo referências à eleição do famoso estilista eleito em 20196 com a terceira maior votação de SP.

Mas o caso mais emblemático veio em 2014. Em abril daquele ano, o ex-deputado se utilizou das redes sociais para desabafar sobre os irmão Eduardo e Edvan Amorim. “Não compactuo e nem compactuarei jamais com malfeitores. A política exige das pessoas corretas posicionamentos firmes. Portanto, não claudicarei e nem aceitarei me aliar a eles porque sonho com um estado melhor para os meus conterrâneos. Não faço política com subterfúgios, pois assumo as minhas atitudes sem dissimulação”, e passava a identificar “Edvan Amorim, conhecido por ser frequentador assíduo dos tribunais brasileiros, suspeito de práticas delituosas”, dizia o texto de Mendonça. O resultado todos sabemos. A postura dele foi muito importante para a vitória de JB sobre o grupo do PSC & Cia.

Em abril de 2015, já como secretário de Segurança Pública, volta a atacar seu ex-sogro e os irmãos Amorim, a quem acusa de ter contribuído para ele não ter conseguido se reeleger. “Tiraram minha eleição para colocar um ficha suja no poder, o André Moura que está no poder por conta de uma liminar e que tem várias condenações. O partido se rendeu aos Amorim que deu as cartas nas últimas eleições”, afirmou Mendonça.

Novamente, o demista afastado se vê em meios a polêmicas. Rompe com o prefeito da capital, Edvaldo Nogueira, a quem acusa de não “ser homem”. Em declarações na imprensa, Mendonça afirmou que “Edvaldo não tem qualidade de líder, de comandante, para os momentos difíceis e complexos que a situação oferece. Eu não preciso de você, até porque você não chega a sola de meu sapato”, avalia, para em seguida reclamar “o que ele fez comigo não se faz nem com um cachorro”.

Futuro político

Embora Mendonça já admita ser pré-candidato a deputado federal 2018, sem, no entanto, decidir por qual partido, seu grande desafio e mostrar força e provar que não depende do auxílio de nenhum a outra liderança. Ele precisa se desvencilhar da pecha de ser o eterno “genro de João e Maria”, fato aliás que hoje não faz mais sentido, já que não é mais casado do Ana Alves, filha do casal.

O caminho de Mendonça para 2018 pode apresentar mais dificuldades do que se pode supor. A ele cabe mostrar vida própria e calar seus críticos e adversários, que alás não são poucos.


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