Número de policiais civis de Sergipe é quase 50% menor que o ideal
Estado precisaria de 750 novos policiais.
Por Aparecido Santana, redação SergipeNet.
O estado de Sergipe, menor da federal, possuí cerca de metade do efetivo necessário de policiais civis, de acordo com dados obtidos com exclusividade pelo Portal SergipeNet. A lei estadual que define o número de agentes para cada cargo, prevê o número de 1.555 policiais. Mas a realidade está muito distante: são cerca de 1.150, mas destes 402 solicitaram aposentadoria, somando um déficit de 750 policiais.
De acordo com dados obtidos junto ao Sindicato dos Policiais Civis (SINPOL), o efetivo atual conta com 130 delegados, 833 agentes e 190 escrivãs, porém há o pedido de aposentadoria de 402 policiais, que são mantidos nos cargos por receber abono permanência.
O déficit de agentes e escrivães é grande, sobretudo no interior do Estado. Mas a falta de delegados também afeta os serviços e prejudica a população. Temos 10 de vagas, de acordo com a lei, mas nossa necessidade atual é de cerca de 30 novos delegados, para que alguns serviços existentes na capital também possam ser oferecidos no interior, ainda que concentrados nas cidades maiores, comenta o presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Sergipe (Adepol), Paulo Márcio.
O diretor de comunicação do SINPOL, Jorge Henrique, informa que a meta da lei estadual de 1999 era de 1200 policiais civis, mas nunca foi cumprida, e com o aumento de aproximadamente 25% da população, a situação se agravou ainda mais.
O déficit de policiais faz com que uma equipe seja responsável por até três cidades, e outra situação verificada pelo SINPOL é o desvio de função. “Recebemos muitas denúncias de que pessoas alheias à atividade policial estão fazendo trabalho de polícia, e vamos pedir que providências sejam tomadas”, relata o assessor do SINPOL.
O ex-delegado Geral de Polícia Civil, Alessandro Vieira, afirma que o estado de Sergipe passou 10 anos sem a realização de concurso público para agente de polícia, 08 sem concurso para delegado, aumentando o déficit de policiais. "Enquanto Delegado Geral eu cumpri o que a legislação determinava estabelecendo qual era o quantitativo mínimo por delegacia. Infelizmente a maioria delas [delegacias] não conseguiu chegar ao quantitativo mínimo, mesmo uma cidade muito pequena como Santo Amaro das Brotas, precisa ter um quantitativo mínimo de policiais civis, para que possa ter um atendimento ao público adequado, investigações bem feitas e tirar o marginal da rua, atendendo o anseio de nós todos”, enfatiza o delegado.
Enquanto faltam policias, existem 165 aprovados e preparados para trabalhar. Membro da comissão dos aprovados, Gladston relata que foi realizado um dos melhores cursos, com policiais da Polícia Federal e outras instituições, mas todos eles aguardam serem chamados pelo Governo.
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