Pinga fogo na política de Ribeirópolis pouco contribui ao Município
Editorial SergipeNet.
Debates acalorados e um clima de campanha permanente. O cenário político de Ribeirópolis é uma redoma sempre pronta para um bom embate e onde seus componentes sempre haverá de apresentar seus argumentos, nem sempre razoáveis. A paixão como os ribeiropolenses encaram a política merece um estudo mais apurado: nada fica sem resposta; para tudo sempre há um culpado. Geralmente os polos antagônicos tentam supervalorizar os possíveis equívocos dos adversários e minimizar as polêmicas que envolvem os aliados.
Primeiro round. O Saco do Ribeiro voltou a ser comandado pela família Passos, clã que manteve o controle do Município cerca de cinco décadas interruptas. Em 2016 o ex-deputado Antônio Passos (DEM) venceu sua cria e adversária Uíta Barreto (MDB) com uma margem de 500 votos, fez a maioria na Câmara de Vereadores e de quebra atraiu os parlamentares eleitos na chapa de Lucivânia Amarante (PROS). A expectativa era de que Antônio organizasse o Município e, com a agilidade parlamentar de Georgeo Passos, jovem deputado estadual e líder da oposição em Sergipe, iniciasse uma gestão minimante comprometida com servidores. Mas a coisa anda meio degringolada a administração cochila e o gestor também, a máquina inchou, algumas substituições de secretários. Enfim, o azul da campanha parece esmaecer paulatinamente. A continuar neste lento ritmo, em 2020 a família Passos poderá ter dificuldades para continuar na Prefeitura.
Segundo round. Se tem uma qualidade dos adversários dos Passos é a vigilância. Nada escapa aos olhos atentos da bancada de vereadores na Câmara e potencializam suas críticas nas redes sociais. Vez por outra frequentam a sala do Ministério Público a fim de solicitar informações ou pedir que aquele órgão responsável pelos direitos difusos chamem o feito à ordem na vagarosa gestão de Antônio. Estranhando os tempos de vacas magras e sem as benesses que o poder oferece, a oposição ribeiropolense é um poço de contradição. São duros nas críticas à administração municipal, mas faz vistas grossas a má vontade do Governo do Estado com pequenas demandas diárias. Todos, todos são amicíssimos do Palácio dos Despachos em Aracaju, mas esta proximidade toda não resulta em atos palpáveis, que beneficie a coletividade.
Terceiro Round. Não foi só o insucesso eleitoral de 2016 que pôs em cheque a força da líder da oposição Evanira Barreto. O episódio da troca de vice durante o pleito, com maior ou menor intensidade acabou desestabilizando a campanha do 40. Ano passado Uíta voltou a revés na Justiça quando foi condenada. Mais do que cobrar as promessas de “Toim Passo”, a empresária busca no Judiciário recuperar seus direitos políticos. Outros episódios de cunho político colocou a ex-prefeita sob fogo cruzado. O primeiro foi a troca do PSB pelo MDB. Numa jogada típica de Jackson Barreto, Uíta foi “convidada” a deixar os partidos dos Valadares e aderir à sigla governista. Pela segunda vez, Evanira deixa antigos aliados para seguir caminho solo: a primeira vez foi quando, eleita no grupo dos Passos, rompeu e se aliou aos tradicionais “guinés” e derrotou por duas vezes seus mentores políticos; a segunda foi abandonar os Valadares, responsáveis pelo grande volume de recursos durante seus mandatos, e embarcar no bloco de JB. Como gratidão não é uma palavra fácil de encontrar no ambiente partidário, Uíta não foi a primeira, nem será a última.
Nocaute
Quem nocauteou a administração de João de Nega? O grupo dos Passos ou o fogo amigo. João é inegavelmente um homem querido e respeitado por aliados e adversários. Fez uma gestão pífia que sequer o cacifou a reeleição, direito que tinha. Apoiado por Uíta, João se viu forçado por duas forças gigantes que queria sentar em seu lugar. Como os gritos dos bastidores não podem ser ouvidos, não se sabe a mágoa que João possui de Uíta que o fez apoiar e comemorar o retorno dos Passos ao poder.
Revanche
Este ano os grupos de Ribeirópolis voltam a medir forças. Cada um deve apresentar seus respectivos candidatos e jurar serem os melhores para a cidade. Uíta vai caminhar com Belivaldo? Continua votando em Zezinho Guimarães? Será ela mesma candidata a algum cargo? E os Passos? Georgeo manterá sua votação? Quem fara dobradinha com “o mago”? Laércio? Georgeo migrará para o PSB? E o grupo que apoia Bosco Costa? Miguel da Loja, Pedrinho da Topic e João de Nega, que rumos tomarão? São perguntas que só saberemos ao se aproximar do segundo semestre.
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