Joaquim Barbosa e Alessandro Vieira: os outsiders que devem crescer junto ao eleitorado
Editorial Sergipenet.
A corrida eleitoral deste ano poderá ser uma das mais incertas desde a nossa redemocratização. No plano nacional o pleito tende a ser pulverizado, semelhante a 1989, com uma ampla oferta de candidatos, mas com os nomes mais viáveis ainda partindo do atual espectro político. A decisão do eleitor dependerá da conjunção de alguns fatores e dependerá de fatores, como a inelegibilidade, a capacidade de crescimento e o potencial de convencimento dos candidatos. Ma um fator, em especial pode ser o fiel da balança: a presença de outsiders da política decidirem as eleições como candidatos ou apoiadores de movimentos que conquistem o eleitorado.
Aliás, para nosso leitor menos atento convém esclarecer que o termo outsider na política diz respeito às pessoas que ingressam na carreira percorrendo caminhos diferentes dos que os quadros tradicionais costuma fazer para alcançarem a vitória e, eventualmente, combatem o tradicionalismo e o maniqueísmo que persistem no cenário partidário. Suas bandeiras podem levar o eleitor a se desvincular dos candidatos do establishment (sistema).
Pesquisas recentes apontam um descrédito absurdo do eleitorado com a classe política Embora nomes que enfrentam as urnas há muitos anos permaneçam abarcando uma parcela da opinião do eleitorado, os que desejam nomes novos são majoritários. Exemplos recentes no Brasil e no mundo não faltam (para o bem ou para o mal). Trump nos USA; Macron na França; Dória e Romário aqui em terras brasílis.
Para 2018 o maior expoente deste seguimento é o ex-ministro e ex-presidente do Supremo Federal (STF), Joaquim Barbosa. Seu perfil intolerante à corrupção e sem nenhuma condescendência ao famoso “jeitinho brasileiro” quando se trata de cuidar do erário, o mineiro de Paracatu tem a seu favor um histórico de servidor público que conhece a máquina e nunca se envolveu em deslizes. Recém-filiado ao PSB, o ex-ministro que foi relator da ação penal 470, que ficou conhecido como “Mensalão”, tem tudo para cair no gosto do povo e desbancar rivais no pleito de outubro próximo.
Em Sergipe há um nome com estas mesmas características de Joaquim Barbosa: trata-se do delegado Alessandro Vieira (Rede). Pretenso pré-candidato ao Senado Federal, enfrentará nomes de peso da política sergipana, apoiados por lideranças acostumadas a oferecer apoio em troca de cargos no governo ou verbas federais para tocarem as obras em suas cidades.
Vieira é um servidor de carreira da Segurança Pública, ingresso por concurso público, também possui experiência em trâmites estatais, regrado ao bom fazer da lei e agindo com austeridade que lhe é peculiar, o delegado poderá se apresentar como alguém que conhece o sistema por dentro e por isto mesmo poderá ter o antídoto do combate à corrupção e o respeito à res pública.
Alessandro Vieira, não nos esqueçamos, foi um dos condutores da famosa Operação Babel que apurava possível crime na contratação de empresa para fazer a coleta de lixo no município de Aracaju, após denúncia de supostas irregularidades em contratos entre uma das empresas e a Emsurb, entre os anos de 2010 e 2016. Seu afastamento até hoje não foi bem explicado.
Em um estado que há décadas o poder se reveza nas mãos de meia dúzia de pessoas das mesmas famílias, o desafio do delegado é fazer chegar ao eleitorado uma mensagem que combine ética, renovação, combate aos crimes de colarinho branco e propostas que melhorem de fato a vida dos sergipanos.
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