Vaias a governistas expõem fragilidades no início da Era Mitidieri
Para além da fragilidade, é fácil notar também que a maioria dos vaiados intensamente adotaram uma posição de apoio ao ex-presidente Bolsonaro (PL) durante o último pleito presidencial.
por Daniel Rezende
Os personagens alvos de vaias durante a passagem de Lula por Sergipe podem até diminuir o peso do constrangimento, mas intimamente buscam respostas e culpados para tal vexame. O próprio governador Fábio Mitidieri (PSD) e seu vice, Zezinho Sobral (PDT) foram alvos das reações furiosas, além dos deputados federais Gustinho Ribeiro (Republicanos) e Yandra Moura (União Brasil) e da deputada estadual e irmã do governador, Maísa Mitidieri (PSD).
Por mais que busquem culpados e supostos articuladores das vaias, os presentes no evento puderam constatar uma reação espontânea da população, que em sua maioria era formada por populares do município de Maruim e simpatizantes do presidente Lula.
As vaias, na verdade, são a mais pura exposição de uma fragilidade na mobilização do evento por parte do governador. Fábio montou toda a estrutura do evento, espalhou aos quatro cantos que estaria trazendo o presidente a seu pedido, mas esqueceu de, basicamente, mobilizar a sua base. Como resultado: foi engolido.
A dificuldade de mobilização de Fábio não é um problema isolado que surgiu nesta quarta-feira. O primeiro turno da campanha para o governo já havia exposto sua fragilidade. A ida ao segundo turno veio em forma de presente com a inelegibilidade de Valmir de Francisquinho (PL) e a vitória só ocorreu devido à aglutinação do aparato do Governo do Estado e da Prefeitura de Aracaju, além das forças conservadoras e empresariais ligadas ao senador Laércio Oliveira (PP) e ao ex-deputado federal, André Moura (União Brasil).
Para além da fragilidade, é fácil notar também que a maioria dos vaiados intensamente adotaram uma posição de apoio ao ex-presidente Bolsonaro (PL) durante o último pleito presidencial. Lógico que o cerimonial do evento não contava com tamanha reação popular, mas quem se atentou rapidamente ao vexame preferiu até não ser mencionado à plateia, como foi o caso do líder do Governo na Alese, Cristiano Cavalcante (União Brasil), e de outras autoridades que estavam no evento e se ativeram à invisibilidade momentânea.
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