A hipocrisia de Rodrigo Valadares e as nomeações dos seus parentes


29/02/2024 12:27

por Daniel Rezende

A rede social lotada de fake news e publicações banhadas a ódio e agressão do deputado federal bolsonarista, Rodrigo Valadares (União Brasil), ganhou mais uma peça publicitária ao seu estilo sensacionalista nesta quinta-feira, 29, quando “denunciou” a nomeação do fotógrafo e publicitário Rafael Stédile no gabinete do deputado sergipano João Daniel (PT).

Por ser filho de João Pedro Stédile, filho do principal líder do Movimento Sem Terra (MST), o deputado bolsonarista insinuou que a nomeação de Rafael é um ato sujo e objeto de repúdio, mesmo este sendo profissional destacado na comunicação, com formação na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP). 

Ora, Rodrigo Valadares, logo você? Que possui a esposa Moana Rollemberg Marinho Valadares nomeada com o salário mensal de R$ 18 mil no Tribunal de Contas do Estado (TCE-SE). Logo você, Rodrigo Valadares, que nomeou seu primo Leonardo Reis Valadares para o cargo de secretário parlamentar, custando mais de R$ 35 mil reais aos cofres públicos ao ano?

Antes o Ministério Público Federal (MPF) já havia investigado a esposa de Rodrigo, quando esta recebeu da Câmara dos Deputados, no período 30 de maio de 2014 a 8 de maio 2018 valores, em título de remuneração salarial, mas nunca trabalhou efetivamente.

Rodrigo também ocupou cargo no gabinete de André Moura, entre 2011 e 2014, e quando saiu nomeou a esposa. A somatória destes recheados espaços públicos dá quase R$ 350 mil. 

Um detalhe muito específico para a nomeação da sua esposa, é que este ocorreu em um período em que, misteriosamente, Valadares recuou da sua pré-candidatura à Prefeitura de Aracaju. Para justificar esse recuo, argumentou que foi a resposta de Deus após dias de jejum e oração. Poderia ser uma pá de cal na imagem de “bom moço” do eleitorado conservador em Sergipe, não é mesmo? Mas não, a justificativa foi muito bem aceita por esse mesmo eleitorado que acreditou fielmente nos desígnios divinos que o presentaram com uma nomeação familiar robusta. 

Ao que parece, o deputado utiliza ao pé da letra a expressão “Casa de ferreiro, espeto de pau” para avaliar suas posições e sua moral na política. Não que esperássemos mais dele, afinal se trata de um parlamentar com histórico controverso na política sergipana e nacional. Foi eleito pela primeira vez “fazendo o L” de Lula e meses depois adotou um discurso bolsonarista panfletário a fim de colar no eleitorado conservador, que engoliu goela abaixo suas frases prontas e o elegeu deputado federal quatro anos depois. 

Parece não haver limites para a turma do discurso raivoso. Mas é preciso sempre ficar atento às suas movimentações e opiniões, pois, como já se viu com Rodrigo, elas costumam vir muito carregadas de hipocrisia.


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