Belivaldo vice de Yandra é um atestado de pequenez política


03/04/2024 18:50

por Daniel Rezende

O ex-governador Belivaldo Chagas (Podemos) assinou a ficha de filiação ao Podemos durante a semana e está 99% pronto para se assumir pré-candidato a vice da jovem deputada federal e pré-candidata a prefeita de Aracaju, Yandra de André (UB). Menos de dois anos após deixar o cargo de governador, ele se vê numa situação constrangedora, mas necessária para a sobrevivência da sua volátil liderança, cuja pequenez política é evidente neste movimento.

Belivaldo foi eleito em 2018 em um cenário de completo vácuo de lideranças políticas robustas naquele pleito. Seu nome era sempre lembrado como um bom vice, uma pessoa de extrema confiança do clã Valadares, mas pouco convincente quando o assunto era liderar de qualquer projeto. Ter se candidato em 2018, após o turbulento afastamento de Jackson Barreto (MDB) do cargo de governador, foi um verdadeiro presente. Em tese, Belivaldo pegou o cavalo selado e não pensou duas vezes. Mas, se dependesse da sua própria força política e liderança, principalmente numa via de oposição, jamais conseguiria. Foi preciso um presente e muita força da máquina pública para chegar lá.

Superado esse contexto, fez uma administração pífia à frente do Governo de Sergipe. Mesmo se vangloriando do equilíbrio das contas públicas, obtido principalmente pelos milhões liberados pelo Governo Federal na pandemia, o “Galeguinho” vê seu sucessor, Fábio Mitidieri (PSD), chorar constantemente por empréstimos e aumento de impostos aos deputados na Assembleia Legislativa, o que comprova a falsa narrativa de equilíbrio financeiro. Ou seja: A tão aclamada principal qualidade do seu governo se mostra cada dia mais frágil.

A juventude de Yandra não seria um impeditivo ou motivo de frustração pública para Belivaldo decidir se enquadrar numa vaga de vice, desde que esta possuísse, minimamente, uma trajetória política de construção ao longo do tempo. Mas a sua prematura vida política e relação de total dependência do pai, André Moura (UB), mostram que essa pré-candidatura não passa de um puxadinho do projeto familiar do seu pai visando o Senado Federal em 2026.

Para Belivaldo, assumir esse espaço é uma mancha negativa na sua carreira política lotada de oportunidades bem aproveitadas. Mas é o que ele tem para hoje e é o que cultivou através da sua frágil liderança.


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