Aos trancos e barrancos, Emília Corrêa sobreviveu a Bolsonaro em Aracaju
por Daniel Rezende
Muito se falou nos últimos dias da presença da vereadora e pré-candidata a prefeita Emília Corrêa (PL) na caravana do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Sergipe. Houve até quem duvidasse da sua participação no evento, mas no fim das contas a pré-candidata recebeu Bolsonaro no aeroporto, seguiu o ex-presidente em motociata pelas ruas da cidade e sobreviveu à passagem do líder da extrema direita na sua cidade.
Como qualquer político minimamente sério neste país diante de um homem claramente antidemocrático e golpista, Emília mostrou constrangimento e pouco reproduziu conteúdo sobre a presença do ex-presidente nas redes sociais. Ainda que tentem imputá-la um “fora” de Bolsonaro em uma tentativa de abraço frustrada na chegada ao aeroporto, Emília ali seguia apenas um protocolo enquanto pré-candidata de um partido que possui o autodeclarado “imbrochável” entre seus quadros e, no seu íntimo, estava dando graças a Deus pelo ex-presidente tê-la ignorado e não posado para uma foto.
Emília é de direita. Não resta dúvidas disso. E, se restava, a própria confirmou em entrevista ao jornalista Narcizo Machado pela Fan FM. Mas nunca se posicionou a favor das pautas mais violentas da extrema direita e, por vezes, até flerta com pautas da esquerda, como a defesa dos órgãos públicos contra ações privatistas, a exemplo da defesa de uma Deso pública e com investimentos públicos.
Neste momento há pesquisas em curso, talvez até encomendadas pelo própria Emília Corrêa, para dirimir o resultado dessa passagem, mas, por essas e outras, Emília passou pelo episódio ilesa. Não perdeu o apoio maciço dos extremistas e não se queimou com os eleitorados de centro e de centro-esquerda que simpatizam com a sua pré-candidatura.
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