Vitória com sobras de Rogério camufla gravidade da crise no PT
Apesar da expressiva vitória, os desafios da unidade no partido expõem um futuro nebuloso
O Processo de Eleição Direta (PED) do Partido dos Trabalhadores em Sergipe, realizado no último domingo, consagrou o senador Rogério Carvalho como presidente estadual da legenda, com uma vitória expressiva. Mas além dos números, o resultado escancara um horizonte ideológico cada vez mais intricado para o PT sergipano.
Nos números, Rogério Carvalho teve o apoio massivo da militância em todos os municípios. O comparecimento às urnas em algumas regiões e a mobilização das bases mostraram a vitalidade do partido, que, mesmo em meio a disputas internas, anunciadas por alguns como "crises", mantém sua capacidade de mobilização e engajamento.
Entretanto, os gestos pós-eleitorais ainda não foram direcionados a uma conciliação. O partido segue dividido entre as suas tendências, que seguem completando um mosaico de correntes que disputam espaço e hegemonia.
Nomes como o do ministro Márcio Macedo e da ex-vice-governadora Eliane Aquino precisam ser reintegrados às discussões e estimulados à atuação no partido ou o PT correrá o risco de repetir a votação de 2024, com a inexpressiva candidatura da neófita Candisse Carvalho.
A vitória do senador, em números, indica a vontade de uma ampla maioria, mas o horizonte ideológico do PT parece se complicar cada vez mais. O desafio do novo presidente será, portanto, não apenas reconstruir pontes e fortalecer a organização interna, mas também conduzir o partido para além dos impasses que hoje ameaçam sua relevância e coesão.
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