“O péssimo serviço da Iguá é consequência da destruição de uma empresa pública”, diz Sônia Meire
A vereadora Sônia Meire (PSOL) utilizou a tribuna na Câmara Municipal de Aracaju (CMA) nesta terça-feira (12), durante o Pequeno Expediente, para criticar o serviço sem qualidade que vem sendo prestado pela empresa Iguá, que ganhou a concessão da DESO. A parlamentar destacou que recebe todos os dias denúncias de moradores de diferentes bairros de Aracaju e também de outros municípios.
“Nós precisamos continuar aprofundando o debate da concessão, da entrega dos nossos serviços para empresas privadas. Quero me somar à população aracajuana e sergipana, porque o problema não está somente em Aracaju e é resultado, consequência de quando você destrói por dentro uma empresa pública como é a DESO. Sem concursos públicos, sem garantir investimentos, um desmonte total de uma empresa, fazendo com que a população achasse que a concessão a uma empresa privada fosse o melhor caminho. Mas a população está vendo que não é o melhor caminho”, disse a vereadora.
A parlamentar do PSOL destacou a experiência que a população sergipana vem passando com a empresa Iguá, que cuida do serviço de água e saneamento de vários municípios do estado. Sônia Meire destacou que recebeu denúncias de moradores da Zona Norte, como moradores do bairro Soledade. São queixas de vazamentos de água e também da falta de saneamento em diversas regiões e, mesmo assim, a taxa de esgoto segue sendo cobrada para esses moradores.
“Estou falando de vazamento de água. Não estou nem falando do fato de as pessoas não terem saneamento na maior parte dos lugares, e hoje as pessoas pagam uma taxa altíssima de esgoto sem ter o saneamento concluído no próprio bairro, na própria rua. Nós temos um problema muito sério. Não adianta dizer que a Iguá começou agora, que tem que esperar; ela teve tempo para conhecer, o contrato foi definido há um tempo atrás, não foi de última hora. A empresa teve tempo suficiente para tomar pé da situação e saber o que ia enfrentar. Ainda por cima, está no contrato o aumento da taxa de água para a população, de quase 8%, que incide na taxa de esgoto”, disse ela.
Sônia Meire também denunciou cobranças altíssimas e indevidas de contas de água, como as de alguns moradores do bairro 17 de Março, no residencial Mangabeiras. “Entramos com solicitações no Ministério Público de cobranças indevidas, altíssimas, de contas de água no residencial, que a população não tem como pagar, e a promotora Euza Missano já enviou documentos para a Iguá, e nós estamos acompanhando. Continuaremos discutindo com a população, porque a concessão tem um prazo e, se ela não cumprir com suas obrigações, nós vamos entrar com um processo para rever essa concessão. Não podemos nos calar e achar que, porque foi feita a concessão, tudo está perdido. Enquanto o mundo inteiro está revendo a reestatização da água, que é direito fundamental, nós estamos com este processo aqui. A nossa luta não para por aqui nem para com a concessão”.
Fonte: Câmara Municipal de Aracaju
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