Valmir perde espaço, vira segundo plano e PL mostra priorizar Emília na corrida pelo governo

A fala do presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, ao afirmar que o ex-presidente Jair Bolsonaro sonha com Emília Correia, prefeita de Aracaju, como candidata ao governo de Sergipe, ultrapassou a condição de informação de bastidores. A fala é um claro gesto político carregado de significado e indica uma mudança de prioridades dentro da legenda, deixando evidente um “escanteio” no prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho.

A declaração expôs o enfraquecimento de Valmir, até pouco tempo tratado como principal aposta do PL no estado. Enquanto Emília sobe degraus no ranking interno do partido, o itabaianense é empurrado para o segundo plano.

Percebe-se que Emília se consolidou como a única figura capaz de despertar entusiasmo real em Bolsonaro. Embora não ostente um mandato de aprovação estrondosa, sua condição de prefeita da capital e sua oposição firme ao governador Fábio Mitidieri a transformaram em alternativa viável para o PL.

Valmir, por sua vez, atravessa um visível processo de desgaste. O retorno ao comando do município, que deveria reforçar sua liderança, acabou reforçando a percepção de fragilidade. A medida foi interpretada por muitos pouco estratégica, com o itabaianense demonstrando um desespero para não ficar sem mandato. Soma-se a isso sua insistência em minimizar a própria situação jurídica e em bater de frente sem medir os danos, comportamento visto como teimoso e até prepotente, que tem acelerado a sua perda de prestígio.

A ascensão da lagartense dentro do partido, amparada pelo peso da máquina da capital, permite-lhe redesenhar alianças e atrair apoios, inclusive em nível nacional. Já o ex-prefeito, que outrora foi referência natural da sigla, hoje luta para manter a própria base coesa. Base essa que recebeu a declaração de Valdemar como uma bomba.

O cenário apontado pelo chefe da legenda deixa claro que o PL tem um novo protagonista em Sergipe. Emília assume o posto de principal nome, enquanto, o “Pato Rouco” que já comandou o centro das atenções no partido, passa a ocupar um espaço secundário, onde parece cavar, a cada passo, sua própria cova política e deixar até os mais fiéis aliados avisados da iminente queda.

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