Aprovação de urgência à anistia pode ter custo alto para deputados sergipanos


18/09/2025 13:10


Sete dos oito deputados federais de Sergipe decidiram dar uma força ao projeto que pode anistiar os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Na prática, votaram a favor da urgência, ou seja, colocaram o assunto no fast-track dentro da Câmara dos Deputados. Só João Daniel (PT) foi contra.

Do lado do “sim” estão Rodrigo Valadares (União Brasil), Thiago de Joaldo (PP), Gustinho Ribeiro (Republicanos), Fábio Reis (PSD), Delegada Katarina (PSD), Yandra Moura (União Brasil) e Ícaro de Valmir (PL). O resultado, claro, caiu mal com muita gente. Para boa parte da população, esse voto não é só uma questão de acelerar um projeto — é praticamente abrir a porta da impunidade pra quem atacou a democracia.

E isso pode custar caro na política. Pesquisas recentes mostram que a maioria dos brasileiros quer punição, não perdão. Só 36% apoiam a ideia da anistia, segundo levantamento da Quaest. Em outras palavras: esse tipo de alinhamento com o bolsonarismo radical pode virar um baita peso na próxima eleição.

O contexto deixa tudo ainda mais pesado, já que Bolsonaro, o grande símbolo desse movimento, já foi condenado e continua no centro da polêmica. Então, quem topar “passar pano” agora corre o risco de ser lembrado como cúmplice de um perdão ao imperdoável.

Teve ainda um detalhe curioso: Yandra Moura e Ícaro de Valmir não apareceram na votação da PEC da Blindagem no dia anterior — alegaram licença médica. Mas, no dia seguinte, estavam lá, mesmo que virtualmente, garantindo o voto a favor da urgência da anistia. Coincidência? Pouca gente acreditou. O gesto pareceu calculado: fugir do desgaste no plenário, mas não deixar de agradar a base radical. Só que isso também pode ter efeito contrário e queimar ainda mais a imagem dos dois.

No fim das contas, a mensagem que fica é clara: enquanto a sociedade espera firmeza na defesa da democracia, alguns parlamentares preferem o atalho da anistia. Política de Fato entende que esse tipo de postura não passa despercebido. O tempo cobra, e os eleitores também.


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