CUT-SE participa da 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras em Brasília

Milhares de mulheres negras vindas de todos os estados brasileiros formaram a 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras, em Brasília, no dia 25 de novembro.
A Marcha saiu do Museu Nacional da República e seguiu até a Esplanada dos Ministérios na luta contra a violência racista e contra a violência machista, por reparação histórica e bem viver.
Dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT-SE), Quitéria Santos, presidenta do Sindoméstica (CUT-SE/Fenatrad) e Arlete Silva, secretária de Combate ao Racismo da CUT/SE, participaram da Marcha que foi muito importante para dar visibilidade e força política à luta das mulheres negras de todo o Brasil.
“A Marcha das Mulheres Negras em Brasília mostrou a força da mulher negra no Brasil. Foi uma marcha forte e potente assim como são todas as mulheres negras desse país”, afirmou Arlete Silva.
“Como disse Ângela Davis: ‘quando uma mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela’. E essa foi a sensação, de que o mundo inteiro estava marchando na Esplanada dos Ministérios. Mulheres negras, quilombolas, indígenas, terreiros, jovens, idosas, trabalhadoras, marisqueiras, pescadoras, todas lutando e clamando por reparação histórica e bem viver. Foi uma experiência incrível ver uma diversidade de mulheres exigirem políticas de moradia, emprego, renda, o fim da violência e combatendo a desigualdade social e racial. Depois desse dia histórico, continuaremos em marcha”, avaliou Arlete Silva.
No mesmo dia aconteceu uma sessão solene na Câmara dos Deputados em homenagem à Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver.
A tarde foi brindada pela riqueza cultural e talento das mulheres negras brasileiras com os shows musicais de Célia Sampaio & Núbia, Ebony, Larissa Luz, Luana Hansen e Prethais,
À noite o movimento se reuniu em audiência com o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin para apresentar demandas urgentes, a exemplo da necessidade de enfrentar a política de segurança pública vigente, marcada por operações policiais letais, como a recente chacina na Penha, no Rio de Janeiro.
Realidade da Mulher Negra
De acordo com o IBGE, em 2025, o Brasil possui 23,9 milhões de mulheres negras. A injustiça racista e machista no Brasil fica fácil de perceber quando sabemos que mulheres negras têm os menores salários do País.
Com o rendimento médio de R$ 2.264, as mulheres negras recebem 53,2% menos do que homens não negros, recebem 38,7% a menos do que mulheres não negras e recebem salários 20,5% menores do que os salários de homens negros.
Além disso, um total de 8% das mulheres negras no Brasil estão sem trabalho, percentual maior que a média nacional de 5,8% de desocupados no Brasil.
Texto e foto Iracema Corso
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