Vice-prefeita dá as cartas e manda exonerar esposa de deputado


20/05/2024 14:23

por Daniel Rezende

O clima político no município de Umbaúba, região Sul de Sergipe, anda em polvorosa desde a última semana, quando o prefeito Humberto Maravilha decidiu exonerar a cunhada e esposa do deputado estadual Pato Maravilha (PL) do cargo de secretária Municipal de Saúde. A decisão é fruto de uma das várias exigências da vice-prefeita Professora Guadalupe e do seu marido “Lequinho”, junto ao núcleo político da vice, para que esta aceite o desafio de ser a pré-candidata a prefeita do agrupamento dos Maravilhas.

A imprensa local vinha noticiando essa curiosa exigência do agrupamento de Guadalupe há algum tempo. É que, além de querer ocupar o cargo com uma indicação sua, a vice-prefeita vê na agora ex-secretária Dayse Silveira um dos principais pontos de críticas da administração de Humberto. Política de Fato chegou a noticiar em dezembro de 2022 o processo de perseguição que a secretária vinha articulando contra servidores que não votaram no seu esposo nas eleições de 2022.

Apesar de ser uma pré-candidata natural da Família Maravilha nas eleições deste ano, Guadalupe nunca foi bem-vista pelo prefeito. Há uma falta de confiança acentuada pelo temor do tamanho do controle da gestão que o marido de Guadalupe, Lequinho, poderá ter. Por isso, os Maravilhas já haviam se antecipado em 2023 e escolhido a filha de Aloísio do Mamão, Juliana Cardoso, como pré-candidata, chegando a realizar um grande almoço de anúncio.

O recuo foi fruto de uma aliança com André Moura, que garantiu o partido União Brasil e recursos para as campanhas de Maurício Maravilha a vereador em Aracaju e de Marcinho Maravilha a prefeito de Santa Luzia do Itanhy. A condição era apoiar Guadalupe em Umbaúba e o acordo foi selado, escanteando a já lançada pré-candidata Juliana.

Contudo, desde então Guadalupe não faz pré-campanha, não afirma que é pré-candidata e tampouco é trabalhada politicamente por Humberto e Pato para serem a sucessora do projeto. O principal fator é a vergonha de Guadalupe em assumir ser a pré-candidata de um prefeito que possui uma das maiores rejeições do estado.

Nessa dança das cadeiras, sobrou para os Maravilhas, que ficaram sem um nome de confiança para pleitear a eleição e começaram a aceitar as exigências de Lequinho e Guadalupe. No frigir dos ovos, estão aceitando que precisarão optar pela derrota menos dolorosa.


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